Diante da decisão do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de suspender das atividades partidárias, pelo período de dois anos, os filiados Gleidy Braga, Pedro Dias e Freitas do PT, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), Pedro Dias informou por meio de carta de desfiliação, sua saída do partido. "A decisão de sair veio depois dessa situação constrangedora criada pelo atual diretório, que me impede de ter voz, voto e até de exercer o sagrado direito de defender o que penso dentro do PT, algo inédito para mim", afirma Dias.
O presidente não concordou em ter que deixar seu cargo no Ruraltins. "Órgão que na minha área de atuação traduz a essência dos meus ideais, pois estimula, orienta, educa e realiza parcerias com o homem do campo, sobretudo com aos agricultores familiares e com os trabalhadores rurais", frisou.
Militante por mais de 14 anos no PT, Dias diz que nas derrotas saiu mais forte e aprendeu com os erros. "Sem dúvida nenhuma, este é um dos momentos mais difíceis da minha caminhada, porém foi uma decisão tomada após muita reflexão e ponderação. Deixo claro que, se a direção do Partido dos Trabalhadores entende que para eu continuar filiado tenha que abrir mão do digno cargo que assumi a frente dessa equipe, que tão bem assiste ao homem do campo, ressalto que não tenho esse entendimento", afirma.
Pedro Dias informou respeitar a decisão do PT e que por isso sai sem mágoa ou ressentimento. "Reitero que optei por continuar a minha jornada, na luta por um Tocantins melhor, caminhando lado a lado com os profissionais da extensão rural, atendendo os produtores e agricultores familiares do Tocantins, missão que me foi dada pelo Governador Marcelo Miranda, a qual tenho a honra de cumprir", concluiu.
Entenda
O Diretório Estadual do partido, comandado pelo deputado estadual José Roberto Forzani, determinou a suspensão das atividades partidárias pelo período de dois anos dos petistas Gleidy Braga, Pedro Dias e Freitas do PT. A decisão foi tomada em reunião realizada na sede da legenda, com o propósito de julgar filiados e filiadas que descumpriram a resolução partidária aprovada no Congresso Estadual em maio, indicando a saída do Governo do Estado e entrega dos cargos.
Naquela oportunidade Zé Roberto relembrou as determinações da resolução adotadas no Congresso do Partido, que eram: fazer oposição ao governo Marcelo Miranda; que todos os filiados e filiadas ao Partido detentores de cargos de confiança no Governo do Tocantins, deveriam pedir exoneração no prazo de 30 dias (prazo encerrado em 7 de junho de 2017); que todos os filiados ao Partido, detentores de cargos de confiança no Governo do Estado deveriam pedir exoneração no prazo de 30 dias (prazo encerrado em 7 de junho de 2017); que os filiados e filiadas que possuíssem cargos de confiança no Governo do Estado e Federal, que não solicitassem exoneração no prazo estipulado nos itens “b” e “c” estariam sujeitos a responder processo disciplinar por desrespeito à ética partidária e resolução do congresso.
Gleidy Braga é secretária de Estado da Cidadania e Justiça e Pedro Dias é presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins).
Conforme o presidente estadual do PT, o processo disciplinar de ética por descumprimento da decisão de instância superior e desobediência à resolução congressual foi instaurado e foram seguidos todos os ritos previstos no estatuto partidário, dando, segundo Zé Roberto, o amplo direito de defesa aos notificados. Assim, por 25 votos a 14, o diretório decidiu aplicar a pena prevista no art. 228, inciso IV, do Estatuto partidário suspendendo os citados das atividades partidárias dos pelo prazo de 2 (dois) anos, a partir da decisão.