O prefeito de Palmas/TO, Carlos Amastha (PSB), foi alvo de críticas ácidas na sessão vespertina desta quarta-feira, 27, na Assembleia Legislativa do Tocantins. Um dos atos do gestor que chamou atenção para discussão, foi a modificação do nome da Escola de Tempo Integral Caroline Campelo para Escola Municipal Duque de Caxias. "Ele tenta passar uma borracha na história de todos. De maneira desumana, ataca uma família, uma sociedade", afirmou Wanderlei Barbosa (SD), na tribuna.
A escola foi entregue pelo ex-prefeito Raul Filho, ainda em 2011 e o nome foi oficializado depois de aprovação pela Câmara de Vereadores em homenagem à estudante Caroline Campelo Cruz da Silva, que faleceu aos 19 anos de idade, em decorrência de um acidente de trânsito. Na época a estudante cursava Direito em Goiânia.
"Em meados de 2006, apresentei um projeto, tão logo perdemos a convivência de Caroline Campelo, filha do hoje vereador Lúcio Campelo. Foi uma comoção. Era muito marcante na escola, uma filha que nunca deu trabalho", disse o deputado Wanderlei Barbosa. Lúcio Campelo (PR) é um dos vereadores mais críticos e que mais fiscaliza a gestão do prefeito Amastha.
Barbosa lamentou profundamente a ação do gestor que, segundo o deputado, comete perseguição política. "Demonstro dessa tribuna a minha indignação de um prefeito desumano, desrespeitoso quanto a história das pessoas desse município", lamentou. Segundo Wanderlei, o prefeito não sabe conviver com greve, não sabe administrar conflitos e não aceita posicionamentos divergentes dos opositores. "A única forma do prefeito ir construindo a sua história é tirando o nome das pessoas e colocando o dele naquilo que ele não fez", criticou Wanderlei.
Apesar do gestor tratar a escola por nome diverso do original, para que de fato seja feita a alteração da nomenclatura ele deve apresentar um projeto de lei na Câmara de Palmas propondo a mudança.
"Bandido Travestido de Político"
Outro que também teceu críticas ao prefeito da capital foi o deputado José Augusto Pugliesi (Sem Partido). Pugliesi foi contundente em seu posicionamento na tribuna da Casa de Leis do Estado. Segundo ele, o prefeito Amastha lançou-se pré-candidato a governador do Tocantins e sua plataforma política tem sido atacar a classe política. "Se dizendo contra toda a classe política do Tocantins. Em determinados momentos ele diz que todos os deputados do Tocantins são bandidos, que todos os deputados federais também, que os senadores não prestam para nada, nenhum governador que já passou nesse Estado fez alguma coisa relevante. Acho que ele se diz não político e quer ser o arauto da moralidade", afirmou.
José Augusto elencou os avanços que o Tocantins conquistou, segundo ele, a duras penas, após a separação de Goiás. "Não tínhamos absolutamente nada. Era um povo esquecido e foi a partir da criação do Estado e com o trabalho da classe política que fez essa maravilha de Estado que somos hoje, se compararmos ao que éramos antes. Temos universidades públicas e privadas a exaustão, temos água tratada e esgoto em quase todos os municípios, temos hospitais de referência para o Norte do País. (...) Temos um povo trabalhador e que sabe o que era e o que virou", frisou.
Pugliesi enfatizou que Amastha não contribuiu com nada na história tocantinense e chegou de paraquedas no Estado. O deputado lembrou da operação da Polícia Federal que cumpriu mandado na casa do prefeito que teve de prestar depoimentos. "Ele chama os políticos de ladrão, mas quem não se lembra que dia desses ele estava na Polícia Federal depondo?! Quem vai para a Polícia Federal não vai para passeio, nem para conversa amigável. Ele está sendo acusado de desvio de recursos públicos", disse o deputado.
José Augusto Pugliesi foi além, chegando a chamar Carlos Amastha de "bandido travestido de político". "Mete o pau nos políticos, fala da corrupção, quando ele vive desta corrupção. (...) Esse cidadão está sendo julgado já na segunda instância no Tribunal de Justiça do Estado, pedindo o seu afastamento por crime de calúnia e difamação por não respeitar as pessoas. Esse cidadão que se diz honesto e moral, é um amoral. Ele é um bandido travestido de político", chegou a dizer Pugliesi. Segundo o deputado, o prefeito "tem que lavar a boca para falar da classe política".
Práticas Arcaicas
Já o deputado José Bonifácio (PR) falou em falta de brasilidade e responsabilidade com a história. "Como é doído se trocar a referência a uma criança, a uma jovem que trouxe emoção a essa cidade de Palmas pelo Duque de Caxias que comandou as forças brasileiras numa guerra fratricida", disse.
Bonifácio lamentou que alguns vereadores tocantinenses se deixem levar pelo prefeito. "Picuinhas de um administrador que de novo não tem nada. As práticas são mais arcaicas do que os velhos, é de lascar o cano", concluiu. (Atualizada às 16 h dia 28/09/2017)