Com um período de estiagem de mais de 130 dias na região, a Prefeitura de Dianópolis decretou situação de emergência na zona rural do município, na manhã desta quarta-feira, 4, através do Decreto n 342/2017.
Preocupado com a situação, o prefeito Padre Gleibson Moreira, na companhia de sua vice-prefeita, Francisca Ribeiro e do secretário de obras, transportes e agricultura, Paulo Roberto Rosa, percorreram a área rural do município, visitando propriedades e ouvindo os moradores sobre a situação.
A emergência foi decretada para um período de 60 dias. No documento, a Prefeitura esclarece que a necessidade de decretar emergência se dá por causa dos prejuízos que estão sendo causados aos produtores, principalmente com a morte de animais devido a falta d’água e falta de pastagens por queimadas registradas na região.
Mesmo tendo antecipado o abastecimento com caminhões pipas na região, colocando os veículos para transportar água para as comunidades entre início de maio e junho deste ano, em parceria com a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), o município tem enfreando dificuldades para conseguir atender as demandas no sertão. “A situação é critica, os moradores estão sofrendo pra ter água para consumo próprio, imagina para os animais. A nossa decisão em decretar situação de emergência vem de encontro atender as necessidades básicas desse povo que está sofrendo dia após dia sem água”, frisou o prefeito.
De acordo com o meteorologista do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (NEMET) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), José Luiz Carlos Cabral, a última chuva registrada em Dianópolis foi em 19 de maio deste ano.
Ainda segundo o meteorologista, a situação é preocupante, pois o período chuvoso deve atrasar. “Estas chuvas que estão caindo no Tocantins, de forma isolada, ainda não podem ser consideradas como início do período chuvoso. Este período geralmente chega durante a segunda quinzena de outubro, porém as chuvas regulares podem atrasar esse ano”, avaliou.
O prefeito percorreu os assentamentos, visitando moradores, acompanhando a dificuldade e a luta de quem vive no sertão e tem sofrido com a falta d'água. No Assentamento Vitória III, famílias que já perderam animais de seus rebanhos, tentam recuperar outros que já caíram e não conseguem mais levantar sozinhos por falta de pastagem e água.
A mesma situação acontece com os moradores da região do Varjão, onde em uma única propriedade, o morador calcula prejuízo com três cabeças de gado. "Morreu por falta d'água. E cada ano que passa estamos vendo a situação se agravar. A chuva sumiu e temos consciência que muito disso é culpa da ganância do próprio homem", afirmou o produtor Adalton Rodrigues da Silva.