O conselho de ética do PMDB se reuniu-se nesta quinta-feira, 23, e aprovou, por unanimidade, o cancelamento da filiação de Kátia Abreu (TO) e consequentemente sua expulsão da sigla, segundo informa a coluna Poder da Folha de S. Paulo digital.
O motivo da decisão partidária seria devido à ataques feitos pela senadora ao governo Michel Temer. Kátia Abreu, que é pré-candidata ao Governo do Tocantins ainda pode recorrer à direção da Executiva Nacional e pedir a suspensão do processo.
A senadora foi acusada de ter violado o Código de Ética e Fidelidade Partidária e o Estatuto da sigla por apresentar posições contrárias às orientações do partido. A Folha de S. Paulo lembra na matéria que Kátia Abreu votou contra a reforma trabalhista apresentada por Michel Temer e já disse ser contrária à Reforma da Previdência.
Durante a análise pela Câmara dos Deputados, das denúncias de corrupção contra Michel Temer, a senadora chegou a fazer reuniões e jantares em sua casa, em Brasília/DF, supostamente para articular o afastamento de Temer durante a tramitação das denúncias.
Na oportunidade até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro nome na linha sucessória da Presidência do Palácio Planalto chegou a participar de uma reunião com a senadora, fato que foi publicamente divulgado.
A Folha de S. Paulo ainda lembra que, em maio, a senadora subiu à tribuna do Senado para dizer que Temer "perdeu a governabilidade" e deu "um atestado de incompetência política" ao convocar o Exército para patrulhar as ruas depois de protestos na Esplanada dos Ministérios.
Em sua defesa a senadora nega qualquer descumprimento das regras do partido e já declarou que o PMDB não propôs punição semelhante aos filiados que foram condenados por corrupção.
Guinada à Esquerda
Apesar da senadora se declarar sempre como uma parlamentar de pensamento liberal, nos bastidores da política avalia-se que a senadora Kátia Abreu - que foi ministra da Agricultura no governo Dilma Rousseff e uma das líderes da tropa de choque que defendeu a ex-presidente durante o processo de impeachment – tem demonstrado com posicionamentos em defesa de pautas sociais, uma certa guinada à esquerda.
A senadora tem conversado com outras siglas partidárias e o PDT ou PSD podem ser seu destino caso ela deixe mesmo o PMDB.