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Economia

Foto: José Neto (Maradona)

Pleitear a redução de taxas de transporte pelo Canal do Panamá e estreitar os laços comerciais com a China. Estes são dois dos objetivos centrais das Câmaras de Investimentos e Comércio Brasil-China e Brasil-Panamá, sediadas em Palmas. A posse da diretora, bem como a assinatura de acordos de cooperação ocorreram nessa última segunda, 21, com a presença de representantes de empresas de logística de transportes, associações de produtores, gestores públicos. O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Dearley Kühn, representou o Governo do Tocantins.

“Acredito que o Estado do Tocantins é o local ideal para se desenvolver esta parceria”, disse o secretário, ao lembrar dos projetos de incentivo fiscal e do trabalho que está sendo realizado para liberar o Distrito Industrial de Palmas. “Temos condições de trazer novos investimentos, por meio de parcerias”, completou Kühn.

O presidente das Câmaras, Guiliano Vitorino, que é natural de Dianópolis, enfatizou a posição estratégica de Palmas, já que o chamado Arco Norte representa mais de 65% da produção de soja e milho do Brasil. “As duas câmaras terão alcance nacional, mas têm como principal foco as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, disse, lembrando que os pilares da iniciativa são assessoria técnica especializada para empresas; promoção de oportunidade de negócios e investimentos; apoio a internacionalização de empresas; realização de cursos e missões empresariais; assessoria jurídica e arbitragem; geração de conteúdo para subsidiar os associados.

Presente ao evento, o cônsul geral da China, Xiong Lichun lembrou que graças à abertura do mercado chinês, o Brasil é um de seus principais parceiros comerciais, movimentando, somente em 2017, US$ 87,5 bilhões. “Estamos convencidos do sucesso dos esforços de cooperação  entre os dois países”, enfatizou.

“A escolha de Palmas para sediar as câmaras é a confirmação de sua posição estratégica”, elogiou o embaixador do Panamá no Brasil, Edwin Emilio Vergara. “Tenho certeza que essa parceria vai render muitos frutos para a Capital e o Estado, continuo  prevendo avanços importantes na relação Brasil-Panamá.

Ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, a construção do Canal do Panamá revolucionou o transporte de cargas no início do século 20, mas ainda é limitado para os empresários brasileiros, em função das altas taxas de trânsito. Por isso, os navios que partem dos portos do norte e nordeste do País preferem contornar a África, mesmo que isso signifique pelo menos cinco dias a mais para completar o percurso até a China.

Representando a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), o gerente de projetos Artur Thiago Costa lembrou que o Porto de Itaqui está muito próximo ao Canal do Panamá, sendo um grande desafio esta negociação, já que há viagens constantes para a China. “Queremos reforçar o canal de diálogo, colocar em pauta a redução das taxas, que deixam inviável o transporte de navios graneleiros”, comentou.

Cooperação

Durante o evento, ocorreu a assinatura de termos de cooperação entre as Câmaras de Investimentos e Comércio Brasil-China e Brasil-Panamá e seis Associações dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) dos estados de Tocantins, Goiás, Bahia, Maranhão, Pará e Piauí. Maurício Buffon, presidente da Aprosoja do Tocantins, lembrou que hoje as dificuldades de escoamento elevam o custo de produção em 30%. “Precisamos minimizar esses custos e intensificar os negócios”, disse. A soja é o principal produto de exportação do Tocantins, e ocupa cerca de 1 milhão de hectares de área plantada. O milho é o segundo colocado na produção de grãos da região.

Entre as autoridades presentes também estavam presentes o vice-presidente da Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto), Emilson Vieira Santos; o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Tocantins (Faciet), Fabiano do Vale; secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Eduardo Mantoan.