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Estado

Foto: José Carlos de Brito Revendas estão com estoques praticamente esgotados Revendas estão com estoques praticamente esgotados
  • Carretamentos que chegaram ontem e hoje já se esgotaram

A greve dos caminhoneiros provocou uma crise de desabastecimento nas principais cidades do Tocantins. Os relatos vão desde a escassez de alimentos nos supermercados até a falta de gás de cozinha nos revendedores em todo o Estado.

A dona de casa Fátima Martins relatou que em sua casa o gás para cozinhar acabou no início desta semana. Ela ligou em todas as revendas de Paraíso onde mora, mas os estoques estavam vazios. “Não consegui achar o botijão em lugar nenhum. O jeito foi me juntar com uma outra vizinha que ainda tem gás para cozinhar juntas para as duas famílias.” Contou a dona de casa.

Em Palmas todas as revendedoras de gás estão vazias. A informação é do Sindicato dos Revendedores e Transportadores de Gás Engarrafado do Estado do Tocantins (Sirtragás). Segundo o vice-presidente do sindicato, José Carlos Lima de Brito, nesta terça-feira, 29, um caminhão carregado pela metade chegou a Palmas escoltado pela polícia, mas se esgotou quase que imediatamente. Um outro caminhão conseguiu ser liberado do bloqueio e chegou a Palmas nesta quarta-feira, 30, com cerca de 400 botijões que também foram vendidos nas primeiras horas do dia. “Para atender à demanda só de Palmas hoje, seriam necessários cerca de 8 mil botijões de gás, mas não temos essa disponibilidade de produto.” Afirmou o sindicalista.

O gás distribuído no Tocantins, segundo o Sirtragás, é envasado em distribuidoras localizadas em Gurupi e Imperatriz no Maranhão. Entretanto, estas envasadoras também precisam ser abastecidas através de carregamentos que chegam de caminhão praticamente todos os dias. Pelo menos três destas carretas de abastecimento, cujo destino final é Gurupi, estão paradas em bloqueios nas estradas em Cariri e Talismã. “Nós estamos recorrendo ao Ministério Público para ver o que é possível fazer para conseguir a liberação destas carretas de gás, porque se elas abastecerem as envasadoras nós já conseguimos suprir parte da necessidade.” Informou o presidente do Sirtragás, Nilton Ferreira de Borba.

O Conexão Tocantins solicitou à Polícia Militar uma resposta sobre porque estes veículos ainda não foram escoltados até o destino final mesmo com a negativa dos caminhoneiros, já que a carga é uma das que são consideradas prioritárias pela Central de Escoltas criada pelo governo para transportar cargas consideradas de primeira necessidade para a população. O questionamento ainda não foi respondido pela corporação.

Fiscalização

A escassez do produto e o aumento da procura pelo gás fez com que o Procon no Tocantins registrasse nos últimos dias centenas de denúncias de revendedores praticando preço abusivo. De acordo com o órgão, em alguns casos, os denunciantes relataram que o preço cobrado pelo botijão chegou a R$ 150.

Na semana passada dois revendedores foram autuados pela fiscalização por estarem vendendo o botijão a R$ 110 e R$ 120, acima da média do mercado que é de R$ 85 em Palmas. Os dois empresários foram notificados e estão no prazo de apresentação de defesa.

Segundo o gerente de fiscalização do Procon, Magno Silva, este aumento injustificado de preço é abusivo e pode ser considerado crime contra a economia popular. “O revendedor de gás só pode aumentar o preço para o consumidor final caso ele mesmo também tenha recebido algum reajuste no valor do produto, caso contrário é ilegal.” Informou

Diante da grande quantidade de denúncias que o órgão tem recebido, os fiscais do Procon estão trabalhando em regime de plantão para apurar as denúncias. O gerente ressalta que é importante que, ao denunciar, o consumidor tenha algum tipo de comprovação da denúncia, seja vídeo ou foto feitos com celular ou comprovantes de pagamento. “Sem comprovação fica difícil constatar a irregularidade. E como também estamos trabalhando em regime de economia de combustível, é importante que nossas equipes tenham certeza da denúncia para não dar viagem perdida.” Finalizou.

O telefone do Procon para denúncias é o 151.