Para dar continuidade às ações do projeto “Escravo Nem Pensar”, servidores da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) e das Diretorias Regionais de Educação (DRE) participam nesta segunda e terça-feira, 13 e 14 de agosto, no prédio da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), da segunda etapa da formação do projeto. O “Escravo Nem Pensar” é uma iniciativa da Organização não Governamental (ONG) Repórter Brasil, que tem como foco executar processos formativos para educadores e outros profissionais de redes públicas para a erradicação ao trabalho escravo no Brasil. No Tocantins, em parceria com a Seduc, o grupo desenvolve ações voltadas para a prevenção do trabalho escravo e tráfico de pessoas.
Cerca de 30 técnicos da Seduc participam do projeto e atuam em seus municípios como multiplicadores da ação. De acordo com a gerente da Educação do Campo e Quilombola, Kátia Maria Marques, as Regionais foram escolhidas com base nos índices de ocorrência do trabalho escravo nos municípios. A gestora explicou que além dos encontros presenciais, os técnicos desenvolvem atividades de formação à distância e socializam todo o trabalho por meio de relatos em grupo. “A intenção é combater as violações dos direitos humanos”, concluiu.
Thiago Casteli, assessor de projeto do Repórter Brasil, salientou que este segundo encontro busca orientar os técnicos sobre a execução do trabalho que já chegou às escolas do Tocantins, bem como sistematizar os dados conforme o que já foi feito. O assessor destacou a parceria com a Comissão Pastoral da Terra e a Universidade, cujo diferencial está na participação coletiva. “Para um bom resultado, precisamos envolver a todos, pois os rumos da sociedade e das pessoas enquanto indivíduos é uma responsabilidade conjunta. Quanto mais pessoas envolvidas, dispostas a contribuir e participar, menor serão as ocorrências e erradicaremos o trabalho escravo”, enfatizou.
O técnico Cláudio Carvalho Bento evidenciou a importância da formação para um melhor entendimento sobre a realidade que devemos combater todos os dias. “Diante de um material bem produzido e com a dinâmica dos formadores fica mais fácil compreender situações análogas ao trabalho escravo e multiplicar nas escolas, pois esta violência influencia diretamente nos resultados da aprendizagem do aluno que está nesta condição”, reforçou.
Participantes
O segundo encontro conta com a participação de técnicos das Diretorias Regionais de Araguaína, Araguatins, Colinas do Tocantins, Gurupi, Paraíso, Palmas, Porto Nacional e Tocantinópolis. Além dos servidores, foram convidados pela equipe do Repórter Brasil representantes de instituições que trabalham no combate ao trabalho escravo.
Além da capacitação continuada, os participantes recebem gratuitamente materiais didáticos impressos e digitais sobre os temas do projeto, além de assessoria pedagógica. Os profissionais dessas regionais serão responsáveis por multiplicar os conteúdos e a metodologia do projeto para as escolas.
Dados
O projeto atende as metas dos Planos Nacional e Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo. Atualmente são atendidas 361 escolas em 100 municípios vulneráveis à ocorrência de aliciamento de trabalhadores, trabalho escravo e trabalho infantil.