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Polí­tica

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A senadora Kátia Abreu (PDT) está articulando um bloco de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Senado. Nesta quarta-feira, 5, a senadora recebeu em sua casa 15 senadores de 5 partidos que pretendem montar uma espécie de “blocão” de oposição. O bloco teria participação de PDT, Rede, PPS, PRB, PSB e um senador sem partido. A princípio o PT não faz parte da composição.

Com 15 parlamentares o bloco passaria a ser a maior força dentro do Senado Federal. Em entrevista à Rádio CBN nesta quinta-feira, 6, Kátia Abreu falou sobre a reunião e a linha de oposição. Segundo ela, o bloco não está sendo formado visando a presidência da Casa ou cadeiras em comissões, mas fazer uma oposição independente ao Palácio do Planalto. “Não somos adesistas e também não somos uma oposição empresa de demolição”, disse a senadora aos jornalistas.

O grupo começou a escrever um manifesto que, segundo a senadora, é de posicionamento sobre as pretensões do bloco no parlamento. “Não queremos praticar essa oposição tradicional que PSDB e PT praticaram durante os anos. Quando está na oposição vota de um jeito, quando vai pro governo vota de outro”.

Segundo ela, uma oposição inteligente não deve ser radical, mas imparcial. “Por exemplo a reforma da previdência. Todos os brasileiros já sabem da importância da reforma, mas não significa que qualquer reforma que vier do governo federal nós somos obrigados a votar. Nós estamos lá pra isso, pra discutir, debater e colocar nossas ideias”.

PT

O Partido dos Trabalhadores, por enquanto, não faz parte da composição, mas Kátia Abreu não descartou a possibilidade de que o partido faça parte do bloco, desde que o posicionamento dos senadores do PT não seja de radicalismo, nem de que o partido entre na composição visando compor maioria para eleger presidente da Casa.

“Eu não tenho que vetar o PT sob hipótese alguma. O PT tem sua posição, o seu radicalismo na oposição e quando tá no governo também tem um certo radicalismo, mas é uma posição escolhida por eles”, declarou a senadora que completou, “Isso não é uma questão fechada. Se, de repente, o PT enxergar que eles querem mudar e fazer uma oposição como nós estamos pensando, eu não tenho nenhum problema não”.

Presidência

Sobre a escolha do próximo presidente do Senado Federal, Kátia Abreu disse que, por ora o bloco não está pensando em indicar um nome. Segundo a senadora, ela e os colegas também não discutiram nenhum possível apoio durante a reunião desta quarta. “Nós não discutimos sobre isso. Nós queremos um presidente do Senado responsável e que vá fazer também oposição independente”.

Para Kátia, é importante que a oposição eleja o próximo presidente da Casa para haver equilíbrio nos Poderes e disse que o sentimento no Senado com relação ao futuro governo de Bolsonaro é de estranheza e dúvida.

Candidato à reassumir a presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB) é um dos nomes cotados pelo grupo por sua postura de oposição à Bolsonaro. “Eu não tenho nenhum veto ao Renan Calheiros, se Alagoas mandou Renan com 8 anos de mandato para o Senado Federal, ele é um como nós todos. Se ele quiser se candidatar, nós respeitamos sua candidatura”, revelou Kátia.

Na última terça-feira, 4, o filho Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito, criticou a possível candidatura de Calheiros e disse que o emedebista “queimou a largada” ao se lançar para o cargo. Para Kátia, ao criticar Renan, os Bolsonaros fortalecem sua candidatura.“Não resta dúvida que, quando Bolsonaro ou seu filho dizem que vetam Renan, isso só faz o fortalecer”, disse.