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Saúde

A exoneração de mais de 600 médicos da rede pública estadual de saúde tem causado problemas no atendimento aos pacientes nas unidades hospitalares do Estado. Em porto Nacional os enfermeiros do Hospital Regional chegaram a registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil no qual denunciam a falta de profissionais para atender os pacientes na unidade. O B.O. foi registrado por três enfermeiros no plantão da polícia nesta quarta-feira, 2.

De acordo com a Delegacia Regional de Porto Nacional, uma equipe da polícia esteve no hospital e constatou que no momento não havia nenhum médico prestando atendimento. Segundo a Polícia Civil, o boletim de ocorrência será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) que deverá adotar medidas cabíveis.

HGP

Já no Hospital Geral de Palmas (HGP), a maior unidade hospitalar do estado, a denúncia é de que a exoneração dos médicos resultou no fim do contrato de trabalho dos oncologistas que atuavam no hospital, provocando um grave problema no atendimento aos pacientes que fazem tratamento contra o câncer.

No Hospital Geral de Palmas a denúncia é de que faltam até oncologistas para prescrever quimioterapia (foto: Elson Caldas)

Segundo relatos de profissionais que atuam no HPG, os pacientes não estão conseguindo nem mesmo prescrição para o tratamento de quimioterapia.

Por causa da falta de médicos nos hospitais estaduais muitos pacientes - incluindo alguns com traumas - estão sendo encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento, sobrecarregando o atendimento de urgência e emergência na rede pública municipal.

Apesar dos relatos a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que “nenhum paciente deixou de ser atendido nas Unidades Hospitalares do Tocantins e que nenhum tipo de transtorno foi causado à população . A Secretaria ressalta que a saúde é um serviço essencial para a população e todos os esforços estão sendo feitos para  que os atendimentos sejam regularizados nesta quinta-feira”.

Sindicato

O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed) se manifestou a respeito da exoneração dos profissionais e criticou a medida do governo.

Para o sindicato, o governo Carlesse demonstra descaso e irresponsabilidade com o atendimento à população com a dispensa dos profissionais. A entidade diz ainda que o governo se recusa a realizar concurso para suprir a demanda por médicos na rede pública. Confira a nota.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO) repudia a extinção desordenada de contratos temporários da área da saúde, incluindo de 629 médicos, em atuação nos hospitais no primeiro dia da gestão de Mauro Carlesse.

A medida demonstra a irresponsabilidade do governo Carlesse com o atendimento da população, que depende desses médicos que estão na assistência de urgência e emergência.

Não poderia haver outro ato de uma gestão que se recusar a realizar concurso para suprir a carência de médicos e segue a prática de contratar e descontratar aleatoriamente para burlar sistematicamente os direitos trabalhistas e lesar mais uma vez o trabalhador da saúde.

A negligência com a saúde é tão clara que o governo Mauro Carlesse possuía comissões dedicadas à análise de problemas e apresentar soluções para os recursos humanos e mesmo assim não apresentou nenhum plano para que o atendimento nos hospitais, que depende desses profissionais, não sofresse descontinuidade.

O SIMED-TO entende que a nefasta medida, sob argumento de reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, deixa os servidores sem vínculos trabalhistas e, portanto, eticamente amparados para não cumprir qualquer carga horária eventualmente já fixada nas atuais escalas.

A entidade cobra da gestão uma solução imediata para não prejudicar ainda mais a população tocantinense que, mais uma vez, é a principal vítima dessa gestão instável e inoperante para encontrar soluções definitivas para uma área tão desgastada e fragilizada.