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Estado

Foto: Divulgação

Um século depois do “Barulho do Duro”, familiares das vítimas assassinadas em 1919 e comunidade de Dianópolis, reuniram-se para homenagear os nove homens que protagonizaram um dos episódios mais violentos e tristes da história do então São José do Duro.

Há cerca de um ano, um grupo de amigos e também de descentes dos nove mortos na Chacina do Duro, reuniram-se com o propósito de realizar um evento, que seria uma programação para homenagear os mártires no centenário de suas mortes.

Nesta quarta-feira, um momento cívico marcou a abertura do evento, com a instalação e inauguração de um monumento, criado pelo engenheiro e projetista, Washington Póvoa, em homenagem aos mortos em 16 de janeiro de 1919.

A programação que tem prevista realização da missa do abraço, sarau literário, exposição cultural, alvorada dos 100 anos, segue até o próximo dia 19 com passeio turístico e passeio ciclístico. “Hoje não é dia de festa, não é dia de comemoração, hoje é dia de lembrar e homenagear, aqueles que tiveram suas vidas ceifadas de forma brutal, fato que marcou para sempre a vida de todos no então São José do Duro”, disse o prefeito, Padre Gleibson Moreira, durante a solenidade de abertura do evento.

Na oportunidade, o prefeito confirmou para a comunidade, que a Praça da Capelinha, local onde estão enterrados os restos mortais dos nove homens assassinados no Barulho do Duro, passará por revitalização. A obra terá início na próxima semana, com investimentos do Ministério do Turismo.

Descendentes dos homenageados, receberam miniaturas do monumento instalado na Praça. “O monumento/escultura, erguido na Praça da Capelinha, mostra a violência perpetrada contra nove pessoas indefesas em janeiro de 1919. O projetista, revela no primeiro elemento as vítimas do poliedro, com nove faces verticais, demonstrando as nove pessoas, quando na peça o projetista revela um monólito maciço, indivisível que induz a ver as vítimas unidas entre si, sem escolha, em uma condição trágica. A peça do engenheiro Washington revela ainda que todos foram vítimas do mesmo algoz, no mesmo momento, no mesmo lugar”, disse Jussara Lustosa, integrante da Equipe Técnica, responsável pela organização do evento, explicando a escultura instalada no local. “Além disso, a posição inclinada traz a noção de submissão, resignação. O peso da peça reforça a ideia da impossibilidade da fuga”, explicou.

Na solenidade desta quarta-feira, a Equipe Técnica do Barulho, apresentou uma urna/cápsula do tempo, que ficará aberta nos próximos dias, para acesso da comunidade, com o objetivo de que depositem documentos e informações sobre os fatos históricos de 1919 para a atualidade. Segundo informações da organização do evento, a urna/cápsula será aberta quando completar 50 anos. 

As famílias de Benedito Pinto de Cerqueira Póvoa, João Batista Leal, João (Joca) Pinto Povoa, João Rodrigues de Santana, Joaquim Aires Cavalcante Filho (Wolneyzinho), Messias Camelo Rocha, Nazário do Bonfim, Salvador Rodrigues de Santana e Nilo Rodrigues de Santana, se emocionaram e ainda serão homenageadas, até o final desta semana, durante o transcorrer do evento.

A Capelinha dos Nove, construída, sobre os túmulos das vítimas da chacina, é Patrimônio Material e tornou-se um dos símbolos da luta, da resistência, da força e da fé dos dianopolinos.

Programação

Quarta-feira 16/01

8h – Ato Cívico e Inauguração do Monumento/Praça da Capelinha

19h30 – Missa do Abraço, celebrada pelo Monsenhor Juarez/Praça da Capelinha

Quinta-feira 17/01

9h – Posse dos Acadêmicos da Academia Dianopolina de Letras (ADL)/Colégio João D’Abreu

19h – Exposição artística, cultural e literária (solenidade de abertura) Colégio João D’Abreu

Sexta-feira 18/01

5h – Alvorada dos 100 anos do Barulho (saída da Praça Cel. Wolney)

19h – Sarau Literário e Musical/Noite de autógrafos/Cantão Restaurante

Sábado 19/01

7h – Passeio turístico com prévio agendamento nas agências de turismo local

14h – Passeio ciclístico com saída da Praça da Capelinha dos Nove