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Joaquim Maia disse que ele e toda a cidade foram pegos de surpresa com o anúncio de fechamento da ponte

Joaquim Maia disse que ele e toda a cidade foram pegos de surpresa com o anúncio de fechamento da ponte Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Joaquim Maia disse que ele e toda a cidade foram pegos de surpresa com o anúncio de fechamento da ponte Joaquim Maia disse que ele e toda a cidade foram pegos de surpresa com o anúncio de fechamento da ponte

O prefeito de Porto Nacional/TO, Joaquim Maia (PV) comentou sobre a interdição da ponte sobre o rio Tocantins, no município, anunciada pelo Governo do Estado. Em entrevista ao Conexão Tocantins, Maia disse que o impacto ao município será grande, afetando principalmente famílias que moram em comunidades rurais e cidades próximas e que dependem dos serviços públicos oferecidos em Porto Nacional.

O prefeito disse que ele e toda a cidade foram pegos de surpresa com o anúncio de fechamento da ponte. “A cidade é surpreendida com a interdição total da ponte a partir de hoje às 18 horas, uma medida do Governo do Estado que nos surpreende pelo fato de haver a interdição sem que haja uma medida alternativa de travessia do rio”, disse o prefeito.

A ponte, que já tinha o tráfego de veículos pesados restringido desde 2011, será totalmente interditada nesta quinta-feira, 7, a partir das 18 horas. Qualquer tipo de veículo será impedido de atravessá-la e apenas pedestres poderão passar pelo local.

Para o prefeito, a medida irá praticamente isolar comunidades inteiras que moram em assentamentos rurais do município, além de prejudicar moradores de cidades vizinhas que utilizam Porto Nacional como referência. “Hoje o que vamos ter é uma condição de isolamento de mais de 6 mil pessoas que estão à margem direita do rio, contando mais de 950 famílias de assentamentos rurais que estão do outro lado e outras 500 famílias dos distritos de Pinheirópolis e Escola Brasil que vão estar sem condições de fazer o deslocamento até Porto Nacional. Também há o problema de acesso de outras cidades que utilizam Porto Nacional como referência, como Brejinho, Fátima, Santa Rita, Pugmil. Hoje muitos alunos que estudam nas universidades de Porto são destes municípios e não vão ter condições de passar de um lado para o outro”, disse Maia.

Balsa

O prefeito também criticou o fato de o governo não ter providenciado com antecedência uma medida alternativa de travessia do rio. A balsa anunciada para improvisar a travessia só irá sair depois da interdição. Não se sabe quando ela vai começar a operar.

Para Maia, além do transtorno de fechar a ponte sem uma saída alternativa, pesa também o fato de que, a partir do funcionamento da ponte, os usuários que antes trafegavam livremente, terão que pagar para atravessar o rio.

“A balsa colocada como alternativa não foi implementada e está sem definição técnica. O que ponderamos [com o governo] foi um controle mais rigoroso do tráfego sobre a ponte, simplesmente fechar sem alternativa será um transtorno enorme. Tivemos audiência com os dois últimos governadores para falar da importância de se começar essa obra pelo que ela representa para a região central do estado e até então a resposta que estamos tendo é a interdição da ponte sem alternativa de passagem”, declarou o prefeito.

Governo

O Conexão Tocantins questionou o governo sobre o motivo de a obra da nova ponte de Porto Nacional nunca ter sido iniciada, já que a ordem de serviço da obra foi assinada ainda em outubro de 2017 pelo então governador Marcelo Miranda (MDB).

A lei que autorizava o empréstimo do estado com a Caixa Econômica Federal (CEF) no valor de R$ 130 milhões foi aprovada em setembro de 2017 pela Assembleia Legislativa. O projeto da nova ponte também chegou a ser apresentado. A estrutura  teria 1.488 metros de extensão, sendo 1.088 de vão e 400 de aterro.

Diante dessas informações o Conexão Tocantins perguntou ao governo: se há projeto, recurso e até mesmo ordem de serviço assinada, por que a obra nunca começou?

Por meio de nota, a Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), não respondeu a estas perguntas, mas informou que o governo "trabalha para viabilizar o enquadramento do Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, o que possibilitará a captação dos recursos necessários para a realização da obra, por meio da operação de crédito junto a Caixa Econômica".

A respeito da travessia por balsa, a Ageto disse que "o órgão já trabalha na mobilização das equipes técnicas para a construção das rampas de embarque. Uma balsa já está no local e a previsão é de que comece a funcionar até o final de março".

Visita

O governador Mauro Carlesse (PHS) visitou na manhã de hoje a ponte de Porto Nacional e disse que a prioridade é evitar uma tragédia. "Entendo a situação, mas é preciso primeiramente preservar a vida das pessoas, essa é nossa prioridade. A interdição será mantida somente enquanto são feitos esses estudos e não podemos colocar a vida de ninguém em risco”, explicou.

Carlesse disse ainda que os ajustes que estão sendo promovidos nas contas públicas, são para viabilizar a captação de recursos que possibilitarão a construção de uma nova ponte em Porto Nacional. "Por isso estamos fazendo essa reforma, para reenquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, para levar o Tocantins para a letra "B" [da Secretaria do Tesouro Nacional], para termos acesso ao financiamento da Caixa Econômica Federal. Nós vamos construir uma nova ponte", assegurou. (Atualizada às 11h11)

Governador Mauro Carlesse em visita à ponte de Porto Nacional (Foto: Governo do Tocantins)