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Polí­tica

Foto: Pedro França

Foto: Pedro França

Durante a sabatina do indicado para a presidência do Banco Central, Roberto Campos Neto, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) foi enfática ao dizer que só votará a favor da Reforma da Previdência se ela não prejudicar agricultores e idosos. “Não voto contra trabalhador rural”, declarou nesta terça-feira (26), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).
 
Kátia reconheceu que ocupar 14% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro com previdência social é inviável, entretanto, ponderou que, apenas modificar na aposentadoria dos brasileiros não será suficiente para evitar o agravamento da crise financeira. A parlamentar criticou o argumento usado pelo governo federal de que as fraudes na aposentadoria rural são uma das causas do déficit econômico. Para Kátia, toda suspeita de fraude deve ser investigada, mas não pode ser pretexto para colocar a conta nas costas do trabalhador rural.
 
“Uma fraude é a miséria e a pobreza em que vivem os produtores rurais deste país. Nós estamos caminhando para uma agricultura sem agricultores, em que meia dúzia de produtores está fazendo quase 70% do PIB da agropecuária, em que não existe classe média. Então, a grande parte da pobreza hoje do Brasil se encontra no campo, dentro dos assentamentos, dos povoados, dos distritos. São pessoas que estão desassistidas de saúde, de educação”, declarou.
 
Um dos pontos mais criticados no Congresso na proposta de Reforma apresentada pelo governo foi a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda, que agora será de R$ 400 a pessoas entre 60 e 69 anos. Kátia criticou a medida, alertando que isso poderá fazer com que mais idosos sejam internados em asilos.
 
“Não vamos votar contra os idosos do país. Com R$ 400 a um idoso, ele vai ser devolvido para o asilo; se hoje os velhos estão na casa de suas famílias, é porque o BPC ajuda a comprar medicamentos, alimentos. É inadmissível falar nesse valor. Fora que não significa nem 1% do rombo da previdência”, completou.