O uso de defensivos agrícolas na monocultura, seus efeitos na saúde humana e no meio ambiente vai ser tema de debate pela Comissão de Minas Energia, Meio Ambiente e Turismo. A audiência pública, que acontece nesta terça-feira, 26, às 10h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Tocantins (AL-TO), foi solicitada pelo deputado estadual José Roberto Forzani (PT).
O deputado justifica que “os riscos para a população são grandes e podem ocasionar problemas em curto, médio e longo prazo” e ressalta que a preocupação se dá, tendo em vista que toda a população, em alguma fase da vida, vai ser exposta aos defensivos. “Entre os grupos que mais sofrem com isso estão os trabalhadores rurais, que são as vítimas de intoxicação e morte pelo uso desses produtos e torna-se um grande problema de saúde pública”, disse o deputado.
Entre as doenças que podem ser causadas pelo uso de agrotóxico, e um ponto de preocupação levantada por Zé Roberto, é a possibilidade do desenvolvimento do câncer. O Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, publicado pelo Ministério da Saúde revela uma média de 25 trabalhadores rurais intoxicados por agrotóxicos todos os dias — média de 84,2 mil pessoas entre 2007 e 2015.
Conforme o Dossiê Abrasco, cerca de 70% dos alimentos in natura consumidos no País estão contaminados por algum tipo de agrotóxico, sendo que desses, segundo dados da Anvisa, 28% contém substâncias não autorizadas para uso no Brasil e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam, anualmente, 70 mil intoxicações agudas e crônicas.
“O alerta é para o nosso país, que desde 2008 é o que mais consome agrotóxicos no mundo e grande parte das substâncias presentes nos defensivos usados no Brasil já são proibidas em países da Europa e Estados Unidos, então o governo brasileiro precisa tomar uma posição e garantir a saúde da nossa população”, alertou Zé Roberto.