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Em 2018, o festival aconteceu pela primeira vez na capital do Tocantins

Em 2018, o festival aconteceu pela primeira vez na capital do Tocantins Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Em 2018, o festival aconteceu pela primeira vez na capital do Tocantins Em 2018, o festival aconteceu pela primeira vez na capital do Tocantins

De 20 a 22 de maio, a capital tocantinense vai receber pelo segundo ano consecutivo o Pint of Science, festival mundial de divulgação que leva a Ciência para lugares alternativos de maneira descontraída. A proposta é mostrar que de difícil a Ciência, a Tecnologia, a Pesquisa e a Inovação não têm nada. Pelo contrário, estão próximas às pessoas em produtos, serviços e experiências do dia-a-dia.

Em Palmas, o festival é organizado pelo Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (Opaje) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO). As três instituições estiveram juntas, também, na edição de 2018 do Pint na cidade.

Quatro pesquisadores da Embrapa abordarão temas diversos. Adriano Prysthon vai falar sobre pesquisa participativa com povos tradicionais. “Vou contar um pouco da história da pesca artesanal brasileira desde as primeiras ações governamentais até os dias de hoje, passando pelos movimentos de nacionalização da pesca, os principais mitos atrelados ao pescador e a importância da abordagem participativa para a inclusão social. Por fim, trago ainda um pouco da realidade da pesca artesanal na bacia Tocantins-Araguaia”, explica.

Já Márcia Grise escolheu mudanças climáticas na agricultura como tema. Ela pretende fazer perguntas para instigar os participantes: “quais são as principais causas das mudanças climáticas globais? Como trabalhar para diminuir as emissões de gases de efeito estufa na agropecuária? A Embrapa tem importantes trabalhos nessa linha de pesquisa. Como estas pesquisas são realizadas? É fácil realizar esse tipo de medição? O que a Embrapa faz nesse sentido? Quais são as perspectivas de futuro nessa linha de estudos? Vale a pena trabalhar com este tema?”, enumera.

O título da conversa de Hellen Kato no festival desperta curiosidade: Uma fatia de ciência e um cafezinho, por favor!. “Vamos falar sobre o café, que é a segunda bebida mais consumida no mundo, só perdendo pra água. Do cultivo até a xícara, toda a Ciência envolvida no café da manhã ou no lanchinho da tarde. Claro que as dúvidas que surgirem sobre os alimentos que acompanham vão gerar muita conversa, mas os dois dedinhos de prosa serão sobre o protagonista mesmo”; assim ela detalha o assunto, já dando água na boca.

Outro tema abordado pela Embrapa no Pint em Palmas é a economia em nosso dia-a-dia. A proposta de Andrea Muñoz é apresentar essa área, normalmente vista como de difícil entendimento, de maneira diferente. Afinal, economia não é uma ciência exata nem uma série de índices. A pesquisadora vai abordar, em sua apresentação, “decisões econômicas individuais diárias, cálculo e interpretação do Produto Interno Bruto (PIB)”. Achou complexo? Pois não é não!

Importância da divulgação

Os quatro pesquisadores concordam sobre a importância de se divulgar a Ciência no sentido de simplificar o entendimento sobre seus resultados. Para Adriano, “apesar da tradição e importância da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura brasileira, ainda precisamos nos aproximar mais da sociedade, trazendo assuntos relevantes, porém de forma leve e simples. Adjetivos estes cada vez mais desafiadores para nós, cientistas. Simplificar a Ciência. Temos muita informação interessante na Embrapa, mas que o público não conhece”.

Hellen vai no mesmo sentido: “é importante que as pessoas estejam cada vez mais próximas da Academia, da Pesquisa. Que enxerguem a Ciência no seu dia-a-dia, no pão francês ou no abastecimento do carro. A Ciência é a base que constrói uma sociedade saudável e próspera e é assim que deve ser reconhecida, para que seja sempre valorizada e apreciada como tal”. E Andrea lembra um ponto interessante; para ela, "é muito importante incentivar a divulgação científica mostrando ao público em geral que a Ciência pode ser acessível a todos e ainda fomentar o interesse na formação de novos cientistas”.

Márcia cita o momento que vivemos: “eu acredito que é nosso dever como cientistas levarmos o máximo possível de informações para a sociedade. Especialmente na conjuntura atual, quando muitos negam a Ciência, creio ser importantíssimo levar à comunidade leiga a importância da Ciência. Através de ações desse tipo, como o Pint of Science, é possível disseminar a ciência de maneira descontraída e eficiente, já que a conversa se desenrola num linguajar coloquial e acessível ao público em geral”.