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Polí­cia

Foto: Divulgação

Uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins, liderada pelo presidente da instituição, Gedeon Pitaluga, se reuniu na manhã desta terça-feira (8) com o comandante da Polícia Militar do Tocantins, coronel Jaizon Veras Barbosa, e o secretário executivo da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), Servilho Silva de Paiva. A reunião foi para solicitar empenho das duas corporações na recaptura de Wanderson Silva de Souza, um dos acusados pela morte do advogado Danilo Sandes, em julho de 2017, em Araguaína, que fugiu de uma cela no 1º Batalhão da PM em Palmas, no último sábado, durante uma visita íntima.

O acusado é ex-policial militar do Estado do Pará e por isso estava detido no 1º Batalhão da PM em Palmas.

Por conta da fuga, a OAB/TO solicitará informações para a Polícia Militar sobre a estrutura que a corporação possui para abrigar presos com alto grau de periculosidade, como Wanderson Silva de Souza, suspeito de fazer parte de um grupo de extermínio no estado do Pará.

“Além de reivindicar a atuação das polícias na captura do assassino foragido, solicitaremos que a PM faça um laudo em suas instalações para nos apresentar as condições estruturais para abrigar detentos dessa periculosidade e, caso seja necessário, solicitaremos ainda a Justiça providências nesse caso específico para evitar novas fugas dos acusados de assassinar o advogado Danilo Sandes, reforçando a segurança”, disse o presidente da OAB/TO, Gedeon Pitaluga.

O comandante da PM, coronel Jaizon, informou que o caso está recebendo total atenção da polícia militar para que o fugitivo seja recapturado o mais rápido possível. “Nosso efetivo está nas ruas fazendo todas as buscas para recapturar o fugitivo”, acrescentou.

Segurança Pública

Na reunião com o secretário executivo da SSP, Servilho Silva de Paiva, Gedeon Pitaluga demonstrou a preocupação com a segurança de advogados. Segundo o presidente da OAB, o número de casos de violência contra advogados no exercício da profissão preocupa. “O triste caso do advogado Danilo é emblemático, mas a OAB recebe muitas outras queixas de advogados que são agredidos, ameaçados e até alvejados por tiros por tentar exercer sua profissão. Isso precisa ser encarado com indignação, tendo o apoio firme do sistema de segurança público do Estado”, ponderou Gedeon Pitaluga.

A mãe de Danilo Sandes, a senhora Luzia Sandes, também acompanhou a comitiva da OAB/TO nas visitas. Durante a conversa ela deu um depoimento comovente sobre a morte de seu filho e sobre a insegurança pela qual vive, principalmente pela fuga de um dos acusados. “Eu não quero vingança, quero apenas que a Justiça seja feita com aqueles que mataram meu filho. Danilo foi morto por ser honesto, porque quem mandou mata-lo queria que ele fizesse uma ilegalidade e ele não aceitou fazer. E isso não pode ficar impune”, disse Luzia Sandes.

Durante a reunião, a OAB/TO e familiares de Danilo Sandes disseram que receberam denúncias de que os outros acusados pela morte também tinham planos de fugir. O secretário executivo da SSP disse para que todas as informações sejam encaminhadas para o serviço de inteligência da Polícia Civil para que pudesse frustrar qualquer tentativa de fuga. “A Polícia Civil está fazendo todo o possível para recapturar o fugitivo com o máximo de rapidez”, afirmou Servilho Silva de Paiva.

O presidente da subseção da OAB/TO de Araguaína, José Quezado, disse que a Ordem será incansável para cobrar da Justiça a punição dos acusados de matar o advogado, Danilo Sandes.

O caso

O advogado Danilo Sandes foi morto em julho de 2017. A morte teria sido a mando do farmacêutico Robson Barbosa da Costa. Ele teria contratado Danilo Sandes para representa-lo num processo de inventário na divisão de herança e teria proposto ao advogado que cometesse uma ilegalidade. Danilo não aceitou e isso teria motivado o assassinado.

Segundo as investigações, Robson Barbosa da Costa teria contratado os policiais militares do Pará, Rone Marcelo e João Oliveira, além do ex-PM, Wanderson Silva de Souza, que são acusados ter terem executado o crime.