Uma audiência pública realizada para discutir a construção da rodovia BR-242, a Transbananal, levou à Gurupi, no sul do Estado, o ministro da Infraestrutura do Governo Federal, Tarcísio Gomes de Freitas e também o governador do Estado do Mato Grosso, Mauro Mendes (DC), além do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (DEM); senadora Kátia Abreu (PDT), autora do requerimento no Senado para que a Comissão de Infraestrutura aprovasse a vinda do ministro da Infraestrutura; prefeito de de Gurupi, Laurez Moreira e vereadores locais.
Antiga reivindicação de comunidades, produtores rurais e moradores dos dois estados (Tocantins e Mato Grosso), a rodovia Transbananal, como o nome sugere, vai cortar a Ilha do Bananal, ligando Formoso do Araguaia (TO) a São Félix do Araguaia (MT) e fazendo a ligação da BR-242, que atravessa o estado da Bahia e do Tocantins até o oeste do Mato Grosso.
Quando construída, a rodovia terá cerca de 90 km, tornando-se uma importante alternativa logística para a região, com a promessa de também tornar-se um elo de ligação entre os estados e o fim de um isolamento de décadas.
O problema é que, para ser concretizado, o projeto precisa superar desafios como a capitação de investidores interessados na obra. Por conta do custo, estimado em mais de R$ 1 bilhão, a proposta é de que as obras da rodovia sejam executadas na modalidade Parceria Público-Privada (PPP), e para isso o poder público tem que correr atrás de investidores.
Outro problema é que a Transbananal vai cortar áreas de reserva indígena, e os moradores da ilha, como os Javaés e os Karajás, por vezes reclamaram de que não participaram de todo o processo de implantação da rodovia. A autorização para estudo técnico só foi concedida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2017, ainda assim com muita pressão dos índios que cobraram a participação no projeto. “Queremos a melhoria para o nosso povo que sofre, e acredito que a Transbananal vai trazer isso”, afirmou o cacique Cleber Ixydeo Karajá,
Estudo
Um dos requisitos para que o projeto saia do papel, é o chamado Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), que ainda está em fase de elaboração. Implementadora da audiência pública que acontece nesta sexta-feira, 18, em Gurupi, a senadora Kátia Abreu (PDT) disse que é temerário falar em prazo para construção da rodovia antes da conclusão do estudo. “Ainda não sabemos se será uma Parceria Pública Privada, se haverá pedágio, o que os índios vão receber. Tudo isso somente depois do EVTEA”, informou.
O deputado federal Vicentinho Júnior (PP), que acompanhou o ministro Tarcísio Gomes em sua comitiva, disse que o estudo de viabilidade técnica só foi realizado após liberação de emenda parlamentar para que o Dnit no Tocantins pudesse fazer o EVTEA.
Independentemente do estudo, a Transbananal ainda vai precisar de licenças ambiental, projeto de viabilidade e, por fim, autorização da União para que a obra possa começar. A caminho do Tocantins, o ministro de infraestrutura acenou de forma positiva pela construção da rodovia. “O empreendimento será relevante para o agronegócio crescente da região e integração entre o MT e TO”, declarou.