Alunos do Colégio Marista Goiânia estão desenvolvendo dois projetos especiais para enviar farelo de pequi e pólen a astronautas da Nasa. A iniciativa faz parte da Missão Garatéa – ISS, proposta que consiste no envio de experimentos feitos por estudantes para a estação espacial. O principal objetivo do programa é aproximar estudantes brasileiros da ciência, criando aprendizado e vocação para a vida.
Os dois projetos ainda serão avaliados por uma comissão da Universidade de São Paulo (USP), responsável pela seleção dos trabalhos. Eles estão concorrendo com outros 87 projetos de estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. O resultado do vencedor será conhecido no dia 17 de dezembro.
Segundo a professora de Química Thaíza Montine, os estudantes da 1ª série do Ensino Médio escolheram desenvolver esse projeto do pequi pensando em maximizar o desempenho da tripulação por meio da nutrição, reduzindo os efeitos prejudiciais do voo espacial e protegendo o grupo contra riscos de saúde a longo prazo, como câncer e doenças cardíacas.
Para o diretor do Centro de Epigenética da Universidade Johns Hopkins, Scott Kelly, o ambiente espacial está associado a diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, devido a alterações no nível de atividade, nos hábitos dietéticos, na qualidade do sono e, principalmente, na exposição à radiação.
E o pequi tem boas quantidades de vitamina A e C, que tem propriedades antioxidantes importantes para o organismo. Além disso, a vitamina C ajuda no sistema imunológico e também potencializa a absorção do ferro dos alimentos de origem vegetal. É rico em ácidos graxos monoinsaturados, gorduras do bem que também são encontradas nas oleaginosas e azeites. Esses ácidos graxos podem reduzir os níveis de colesterol LDL do sangue, evitando acúmulo de placas de gordura e trazendo benefícios para a saúde do coração.
Abelhinhas espaciais
Além do projeto Pequi Espacial, estudantes do 3º e 4º anos do Ensino Fundamental do Colégio Marista Goiânia estão desenvolvendo o Abelhinhas Espaciais, que consiste em enviar pólen aos astronautas da Nasa.
Alimento completo e valioso da natureza, além de garantir todos os aminoácidos essenciais ao organismo humano, o pólen é rico em oligoelementos minerais, fibras, hormônios vegetais e vitaminas. Formado por 10% a 35% de material proteico e 30% a 40% de açúcares, que são rapidamente absorvidos pelo organismo sem esforços. “Ajuda na melhora do sistema imunológico e contém propriedades antibióticas contra vírus, além de ser antioxidante, ou seja, protege as células contra radicais livres”, explica a professora de Química.
Dessa forma, tanto o envio do farelo do pequi quanto do pólen seriam boas alternativas para resolver possíveis problemas nutricionais e até mesmo combater doenças, já que a eficácia de medicamentos no espaço cai rapidamente, segundo estudo de cientistas do Centro Espacial Johnson, da Nasa, em Houston, Texas, Estados Unidos. A culpa pode ser das doses contínuas de radiação existentes a bordo das naves espaciais, de acordo com a pesquisa publicada na revista da Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos.
Se um dos projetos goianos for escolhido, os alunos terão o prazo de janeiro a março de 2020 para montar o experimento, que deve ser lançado entre maio e agosto do próximo ano. (AI Marista)