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Polí­cia

Foto: Divulgação/ Gaeco

Servidores públicos do Detran foram presos na manhã desta quarta-feira, 12, por suspeita de fraudar documentos emitidos para carros roubados e furtados, dando aparência de legalidade aos veículos. Também foram presos empresários que atuam na área de emplacamento de veículos e despachantes.

As informações são do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Tocantins (Gaeco/MPTO), responsável pela operação. Dos sete mandados de prisão preventiva expedidos, seis já foram cumpridos. O Gaeco não divulgou os nomes dos suspeitos. As prisões ocorreram nas cidades de Araguaína, Tocantinópolis e Wanderlândia.

Com o apoio das polícias Militar e Civil, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 12 endereços nas cidades mencionadas. Batizada de Dolos, a operação tem como objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa e juntar novas provas da sua atuação, que está relacionada à emissão de documentos aparentemente legais para carros roubados e furtados. A suspeita da Polícia Civil é de que o grupo tenha emplacado de modo fraudulento cerca de 200 veículos.

Além das prisões preventivas, a Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos.

Segundo as investigações, a suposta organização criminosa seria especializada em legalizar a documentação de veículos roubados ou furtados em território nacional. Para isso, abriam processo de primeiro emplacamento junto ao Detran Tocantins, utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis. Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV).

Para o processo de emplacamento, a organização teria como prática clonar o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado. Ao que tudo indica, os veículos não chegavam a passar pelo Estado do Tocantins, visto que não é necessária a realização de vistoria para o emplacamento de automóveis zero-quilômetro.

As placas e os lacres eram enviados do Tocantins para os estados onde os veículos se encontravam, para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros.

O funcionamento da suposta organização criminosa foi investigado pelo Gaeco, por meio de Procedimento Investigativo Criminal instaurado no ano de 2019. As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. A administração do Detran contribuiu com o andamento das investigações.

Dolos

O nome da operação, Dolos, remete à mitologia grega e faz referência à fraude, engano, astúcia e artimanha. Participam da operação cerca de 100 policiais.

Detran

O Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran) esclarece que a direção do órgão contribuiu com as investigações. O Detran esclarece ainda que continua à disposição para mais informações e que não compactua com atividades ilícitas desenvolvidas seja por servidores ou empresários e despachantes que trabalham junto ao órgão.

Caso seja comprovada a participação de algum servidor no esquema investigado, o Detran informa que tomará as medidas administrativas cabíveis. (Atualizada às 10h55)