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Saúde

Foto: Luciana Pires

Foto: Luciana Pires

Uma equipe do Programa Saúde da Família da Arse 24 (210 sul), da Secretaria Municipal da Saúde (Semus) foi na manhã desta sexta-feira, 12, até o Lar Doce Lar, aplicar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A primeira dose foi aplicada no dia 21 de janeiro deste ano. Com isso, 29 pessoas estão totalmente imunizadas em Palmas, 20 idosos e nove cuidadores da instituição de longa permanência para idosos (ILPI), Casa Lar Doce Lar.

De acordo com a Central Municipal de Vacinas de Palmas (Cemuv), dentre todos os públicos prioritários da Capital, o dos idosos que vivem em casas de longa permanência é o primeiro a ser 100% imunizado, já que são apenas duas doses do imunizante.

A primeira idosa a ser vacinada hoje foi a Aparecida Miguel do Nascimento, de 74 anos. Ela disse que estava esperando a segunda dose da vacina para poder abraçar os filhos e netos, pois não tem contato físico com eles desde o início da pandemia. “Eu já me sinto imunizada e não vejo a hora de poder dar um abraço bem gostoso nos meus filhos e meus netos”, comemora.

Outro idoso que comemorou a chegada da segunda dose da vacina foi o Álvaro Misterdão de Oliveira, que tem 89 anos. Ele disse que pediu essa vacina e está muito feliz de estar recebendo esse cuidado. Ainda bastante lúcido, ele brinca que agora, “pode namorar tranquilo”, pois se sente mais seguro.

Para a responsável pela casa que acolhe os idosos, Thatiane Rebouças, essa vacinação representa um misto de alívio, esperança e muito amor. “A gente sabe o quanto essa vacina representa para todos nós, especialmente para nossos idosos. Nós sentimos na pele tudo o que eles têm passado desde o início da pandemia, sem poder receber as visitas de seus familiares e o carinho costumeiro dos nossos cuidadores”. Thatiane ressalta que, “as famílias são muito presentes nas vidas dos acolhidos e a imunização desse grupo vai devolver a eles essa proximidade que é muito importante da vida de cada um”, conclui.

A técnica de enfermagem Jocília Tito Barbosa, de 50 anos, também recebeu a segunda dose do imunizante. Ela foi a segunda pessoa a receber a vacina em Palmas e destaca a importância de continuar com os cuidados preconizados pelos órgãos de saúde pública. “Mesmo com essa segunda dose da vacina, a nossa responsabilidade social e cuidados devem continuar, porque a pandemia ainda não acabou. Hoje minha palavra é Gratidão. Gratidão a Deus”, pontua.

A enfermeira da equipe do Programa Saúde da Família e responsável por levar a vacinação às casas de acolhimento, Elaynne Xavier Costa, disse que é um sentimento de gratidão poder levar um pouco de conforto a esse público. “É muito bom ver nos olhinhos deles a alegria de saber que agora poderão ter um contato mais próximo com as pessoas, principalmente os familiares e saber que essa vacina representa para todos nós uma esperança de viver mais e com saúde”, ressaltou.

Depoimento de uma Enfermeira em Instituição de longa permanência para idosos

Em suas redes sociais, a sócia-proprietária da Clínica para Idosos Lar Doce Lar, enfermeira Thatiane Rebouças, descreveu o sentimento de ser imunizada e ver seus funcionários e, principalmente, os idosos da Casa, receberem a vacina contra a Covid-19.  

“Eu ainda estou em êxtase com esse privilégio. Essa foto representa um ano novo pra todos nós. Estou sim muito feliz, mas não por mim, por eles! Esse ano pandêmico me ensinou muito sobre amor e doação, pois mais do que nunca tivemos que nos doar por completo pra essas pessoas que não puderam ver seus familiares e sentir o calor de um abraço, um beijo, um aperto de mão. Nossos funcionários tbm (SIC) deixaram de estar com suas famílias para se doar à eles, ficaram sem ver seus parceiros/filhos por longos e intermináveis dias, dias que foram difíceis, cansativos, não haviam palavras que explicassem pra eles o porque suas famílias estavam tanto tempo sem aparecer. Uns entendiam, outros não, uns tristes, outros bravos. Video chamada já não amenizava mais a saudade. Liberamos visita na porta pra olhar só de longe, e isso chegava a ser ainda mais doloroso, poder ver mas não poder tocar. Uma filha foi ver sua mãe que depois de mais um ano sem vê-la pediu "me dá um beijo", a minha garganta deu vários nós em muitos momentos como esse e só o que podíamos dizer é que "não pode". Emocionalmente cansados mas sem deixar a peteca cair, conseguimos chegar neste dia tão esperado com ZERO contaminação por covid-19. Meus olhos marejaram de tanta alegria ao receber a notícia de que iríamos vacinar essa semana. É tanta emoção que eu não consigo explicar. Não vejo a hora de todo mundo poder se ver, se abraçar, se beijar. Falta pouco. Deixo aqui meu profundo agradecimento à toda a nossa equipe que fez esse trabalho de formiguinha, deixaram seus lares, nos ajudaram com as higienizações de tudo que entrava, todos os nossos esforços tem valido a pena, continuemos fortes pois a batalha ainda não acabou. Obrigada Senhor meu Deus por não nos deixar fraquejar, e nos guardar durante todo esse tempo.”