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Opinião

As inovações tecnológicas trouxeram grandes conquistas para a humanidade, e pudemos perceber isso ainda mais fortemente com o advento da pandemia de Covid-19. O home office, impensável até recentemente, se tornou um modelo natural, em grande parte, graças às facilidades propiciadas pela tecnologia. Novas oportunidades surgem a cada dia, relacionadas principalmente ao avanço da Inteligência Artificial.

O novo marco do saneamento chega em um momento oportuno para estimular a criação de novas ferramentas baseadas em tecnologia exponencial, capazes de responder aos desafios de atender às demandas de 99% de abastecimento de água potável para a população e de 90% de esgotamento sanitário até 2033, ano estabelecido como meta na nova legislação do setor.

O ambiente assim criado é altamente competitivo, com as operadoras incentivadas a aumentar a produtividade e garantir ganhos de eficiência dos serviços, enquanto operam um sistema complexo formado por uma rede de abastecimento de água e de coleta de esgoto que percorrem muitos quilômetros, principalmente nas vias urbanas.

A maioria das metrópoles brasileiras, por exemplo, tem redes antigas, com mais de 50 anos de uso e que devem ser um dos objetos para a redução das perdas de água, que alcançam quase 40% na média nacional. O uso de tecnologias por meios não destrutivos já vem ganhando espaço e reduz significativamente as interrupções de vias para troca de tubulações.

Podemos esperar muito mais nos próximos anos. A “Internet das Coisas” (ou IoT, da sigla em inglês de Internet of Things) também vai fazer parte do nosso dia a dia na área de saneamento. A medição remota já é uma realidade, que deve se expandir nos próximos anos, e evitar a necessidade de medição presencial.

O uso de sensores sofisticados já vem sendo aplicado como forma de oferecer informações instantâneas a uma central. A precisão desses instrumentos com medições em tempo real permitirá que a companhia responsável pelo abastecimento envie alertas via e-mail ou SMS para coibir uso irregular e apontar com agilidade eventuais vazamentos da rede, reduzindo significativamente o desperdício.

A indústria também tem grandes desafios pela frente com a oferta de materiais que ofereçam maior durabilidade e, ao mesmo tempo, diminuam o custo dos empreendimentos em saneamento.

O novo marco legal do saneamento irá melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Também impulsionará importantes avanços tecnológicos, que permitirão serviços de qualidade, redução de custos e o atendimento das demandas da população.

*Ricardo Lazzari Mendes, é presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), engenheiro pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP e doutor em engenharia hidráulica e sanitária pela Escola Politécnica da USP.