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Meio Jurídico

Foto: Rondinelli Ribeiro

Foto: Rondinelli Ribeiro

Anunciado na última sexta-feira, 22, pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ), o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) foi um dos vencedores do 19º Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, categoria Mídia Audiovisual. O projeto do TJTO mostra uma série de entrevistas intitulada “Não à violência cotidiana”. Além de reportagens, a campanha traz um conjunto de seis vídeos (de aproximadamente 1 min. cada). No país, foram 209 concorrentes em 13 categorias.

Honrando o Judiciário

“A premiação é uma honra para o Judiciário tocantinense. O reconhecimento nacional ultrapassa a própria premiação, porque além de simbólico, é mais um projeto que se une às demais iniciativas do Tribunal quanto à conscientização para as questões que envolvem a violência. Estamos todos de parabéns. São congratulações que estendo ao TRE do Tocantins, também vencedor”, disse o presidente do TJTO, desembargador João Rigo Guimarães. Na mesma categoria, também ganhou o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) com a série “Urna Eletrônica: Eu conheço! Eu confio”.

Equipe multimídia

O projeto vencedor do TJTO contou com uma equipe multimídia do Centro de Comunicação Social (Cecom-TJTO) e foi idealizado pela jornalista Kézia Reis, então diretora do Centro. A série de entrevistas é assinada pela repórter Natália Rezende, inspirada pelo Dia da Não Violência e por ações afirmativas do TJTO sobre a temática. Gordofobia, intolerância religiosa, o diálogo como instrumento de uma cultura de paz, gênero e tipos de violências ilustram a campanha e dão visibilidade a problemas geradores de conflitos e violências cotidianas. O prêmio é um reconhecimento dos melhores trabalhos realizados pelas assessorias de comunicação de todos os órgãos do sistema de Justiça brasileiro no ano de 2020 (ver link da série abaixo).

Justiça para Todos

“Este prêmio tem uma importância muito grande para o Judiciário tocantinense, para a equipe do Centro de Comunicação Social do TJTO, para o jornalismo profissional do Estado e, mais que tudo, para o cidadão, razão de ser de tudo como bem define o tema da atual gestão presidida pelo desembargador João Rigo Guimarães, que é o “Justiça para Todos”. Parabéns aos membros da equipe que produziu o material premiado – Kézia Reis (então diretora do Cecom), Marcelo Santos Cardoso (atual coordenador de Jornalismo), a repórter Natália Rezende, o repórter-fotográfico Rondinelli Ribeiro e ainda Gabriela Almeida, Henryque Cerqueira e Hodirley Canguçu, que tão bem souberam realizar essa incrível série ‘Não à violência cotidiana’. Estamos felizes por essa premiação nacional”, disse o diretor de Comunicação Social do TJTO, jornalista Tião Pinheiro.

Violências despercebidas

Segundo a idealizadora da campanha, jornalista Kézia Reis, “é papel do Judiciário promover cidadania e assegurar a garantia dos direitos humanos. Por isso, o projeto ‘Não à violência cotidiana’ foi uma iniciativa muito importante no trabalho de aproximação da Justiça e sociedade. Cometemos pequenas violências durante o nosso convívio, que passam despercebidas; dar voz às pessoas que passam por situações de constrangimento e dor foi uma forma de dar visibilidade e promover a transformação social. Estou muito feliz com esse resultado, o prêmio é um reconhecimento muito importante”.

Desalento e esperança

De acordo com o coordenador de Jornalismo do TJTO, Marcelo Santos Cardoso, “a equipe do Cecom-TJTO, de certa forma antecipou os movimentos do Judiciário, que já captava a voz da sociedade em luta por igualdade de gênero, por respeito à liberdade de culto, à diversidade, pleitos estes materializados hoje pela Corte em portarias, comissões e resoluções. Nesse contexto, o grande feito da equipe foi conseguir captar, das nossas fontes, esses sentimentos verdadeiros, de desalento, mas ao mesmo tempo de esperança”.

Legado de paz

“Ser premiada pela primeira vez em um prêmio nacional é revigorante, ainda mais por ser com uma produção na qual eu coloquei muito do que sou, oriunda de um lar violento. É uma causa minha pôr luz sobre a não violência cotidiana, é uma das verdades mais nobres que tenho como jornalista e ser humano. Estou honrada em pertencer ao legado de paz social que o TJTO vem construindo. Acredito que existem muitos espaços de diálogos sendo construídos por causa desse trabalho, ainda mais agora”, avaliou a produtora do projeto, jornalista Natália Rezende.

Para a yalorisá Valesca T’Osumaré, que também conta sua história na série, participar do projeto foi uma experiência ímpar. “Durante muito tempo fomos silenciados, subalternizados e inferiorizados, e ainda somos com o racismo estrutural e institucional. Vejo uma construção de um espaço de mudanças para quem vier depois de mim, espaço esse que deve ser ocupado e legitimado. Nossas histórias e dores foram apagadas durante muitos anos e é hora de não se calar e não tolerar. Fiquei feliz de contribuir com algo para minha comunidade, pois no candomblé não existe conquista unitária, o meu passo é o passo de todos/as”, frisou.

Equipe afinada

“Muito orgulho de fazer parte de uma equipe afinada como essa e produzir não apenas o material jornalístico, mas um produto com essa relevância social. A campanha não foi feita pensando no prêmio, mas o prêmio foi uma confirmação de que demos o nosso melhor e que estamos no caminho certo”, disse o designer Henryque Cerqueira.

“Quando fiquei sabendo do resultado e vi o nome do TJTO lá no topo me senti muito feliz, pois este foi um trabalho que contou com a colaboração de vários colegas do Cecom e que leva uma mensagem muito forte e de apoio à não violência cotidiana”, comentou o fotógrafo Rondinelli Ribeiro. Também colaboraram diretamente com o projeto Gabriela Almeida e Hodirley Canguçu.

Representatividade

Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO), Alessandra Bacelar, a notícia da premiação tem uma grande representatividade para a categoria. “Ter um trabalho reconhecido nacionalmente é algo muito expressivo, principalmente porque o projeto trata de um tema muito delicado e que precisa ter seu debate ampliado. Nesse sentido, a atuação dos profissionais da comunicação é essencial. Parabéns a toda equipe envolvida”, disse.

A campanha

A campanha, construída com a participação de fontes das áreas acadêmica, médica e jurídica, ouviu as histórias e as lições contadas pelos personagens, cujo conteúdo foi publicado no site www.tjto.jus.br e também veiculado no Instagram (@tjtocantins) nos dias 29, 30 e 31 de janeiro de 2020.