Composta por imagens que contam histórias valorizam a cultura e resgatam memórias de comunidades quilombolas do Tocantins, a mostra “Vida Quilombola: laços e povos tocantinenses”, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), será lançada nesta sexta-feira, 10. A Defensoria Pública escolheu o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado a cada 10 de dezembro, para disponibilizar, por meio de exposição online, seu acervo fotográfico das comunidades quilombolas atendidas pela Instituição no Estado.
A mostra traz 140 fotos, captadas pela fotógrafa Loise Maria, e pelas jornalistas Alessandra Bacelar, Cinthia Abreu e Keliane Vale, todas profissionais da equipe de Comunicação da DPE-TO.
As imagens, que foram produzidas em atendimentos da instituição entre 2012 e 2016, sendo que algumas delas, inclusive, estão sendo divulgadas pela primeira vez, demonstram o ambiente, o cotidiano, os laços e a vida real do Tocantins quilombola. As legendas trazem conteúdos adicionais para contextualização sobre o período escravista no Brasil e, além das imagens, o site reúne publicações diversas com a temática “quilombola” e, ainda, conteúdos antirracistas de livre acesso.
Idealizado pelo subdefensor público-geral do Tocantins, Pedro Alexandre Conceição Aires Gonçalves, a proposta da exposição é contribuir para o amplo acesso a informação, conhecimento e despertar reflexões. “Pretendemos compreender a diversidade das vidas quilombolas no Tocantins, reconhecendo o histórico de luta pela existência digna e a enormidade da contribuição cultural e social para a formação da identidade nacional e tocantinense”, declara o defensor público.
Pedro Alexandre afirma, ainda, que a Mostra celebra os dez anos de atendimentos às comunidades tradicionais quilombolas do Estado do Tocantins, através do Projeto “Defensoria Quilombola”. “Desde então a Defensoria Pública se auto-identificou quilombola, e os nossos espaços passaram a ser também territórios dos quilombos”, ressaltou o defensor Público.
Quilombolas no Tocantins
No Tocantins, atualmente, existem 45 comunidades quilombolas certificadas junto à Fundação Cultural Palmares, distribuídas de Norte a Sul do Estado. Decorrentes da própria história de formação do Estado, as comunidades são oriundas da exploração da mineração na região de Arraias, Natividade, Conceição do Tocantins, Dianópolis e Almas; da exploração da atividade pecuária na região Norte e no Bico do Papagaio; além de comunidades com histórias peculiares, como a Barra da Aroeira, em Lagoa do Tocantins, cuja origem se confunde com a história das guerras do tempo do Brasil Império.