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Cultura

Foto: Divulgação

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Elementos da dança africana em uma releitura de dança contemporânea. Um espetáculo que propõe uma reflexão em torno de temas como a desigualdade social e o preconceito racial. Com duas sessões nesta terça-feira, 22, uma às 18h30 e outra às 20h, a peça teatro 'Raízes da Igualdade' tem apresentação no Teatro Sesc, em Palmas e deve entrar em circulação em breve. Os ingressos estão sendo vendidos na Innovare Studio de Dança.

O espetáculo foi contemplado pela Lei Aldir Blanc e a criação e direção geral é do bailarino Denis Rodrigues, com direção cênica e produção de Núbia Falcão. No palco, oito bailarinos da Cia. Innovart dançam a história da busca pela igualdade, perpassando a escravidão e toda a cultura negra.

"Vamos falar das lutas pela igualdade de raça, dos direitos e acessos independente da cor. Nós todos somos seres humanos, iguais perante os olhos divinos, independente de quem é esse Deus. No espetáculo pedimos a divindade que mude a mente do ser humano para que ele compreenda e venha desenvolver a empatia para com o próximo, e na raiz do nosso coração, que consigamos evoluir e compreender que, independentemente da cor e classe social, opção sexual, todos nós possamos nos respeitar, porque aos olhos da divindade nós somos fruto da mesma árvore da vida, da mesma raiz", explica o coreógrafo.

A obra também faz menção a música africana e utiliza os tambores do grupo 'Tambores do Tocantins', projeto social de Porto Nacional, que busca contribuir com a valorização e a preservação da cultura musical tradicional do Tocantins. "Temos atabaques, as danças circulares. As cenas com os bailarinos em palco têm o intuito de mostrar que somos diferentes em raça, sejamos brancos, indígenas ou negros, mas somos todos iguais. O contexto do espetáculo traz esse questionamento. A técnica contemporânea fundida à dança negra de raiz ficou belíssima. Temos no palco os bailarinos que são professores de dança, excelentes artistas, uma equipe técnica de doze pessoas para fazer um espetáculo lindo de 38 minutos".

À plateia, os bailarinos fazem o questionamento sobre a consciência dessa capacidade de entender que é preciso mudar e que todos fazemos parte do processo da evolução humana. Segundo o diretor, as cenas trazem a dualidade do ser humano e expõem a capacidade do ser humano de conviver às diferenças.

"Temos uma cena em que nós usamos elásticos, que representam o cordão umbilical. Na minha visão de coreógrafo, isso mostra que todos somos irmãos e todo mundo está ligado pela matriz da criação. Temos cenas fortes, ritualísticas, onde os tambores são tocados e a dança negra é apresentada. Tivemos um estudo a respeito disso e vamos mostrar a evolução que essa luta teve no decorrer dos séculos, que o preconceito está sendo vencido", finaliza.

Projeto

Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Aldir Blanc Tocantins do Governo do Estado do Tocantins, com apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura e Fundo Nacional de Cultura.