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Saúde

Foto: Raiza Milhomem

Foto: Raiza Milhomem

Sem registro de casos locais (autóctones) de malária desde 2006, mas atenta ao controle epidemiológico da doença, a Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (Semus) mantém na Capital estrutura organizada para o diagnóstico e tratamento da enfermidade, de modo a evitar as formas graves e óbitos. Ainda que sem casos locais, a Semus informa que o monitoramento da malária na Capital é contínuo, pois de 2018 a 2021 foram registrados 29 casos importados da doença, ou seja, de pessoas que foram infectadas em outros estados e países.

Nesta segunda-feira, 25, quando se celebra o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Coordenação Técnica Vetoriais e Zoonoses da Semus chama a atenção para a importância do controle efetivo da doença. Segundo o gerente da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ), Auriman Cavalcante, mesmo não registrando casos autóctones, a vigilância do agravo é contínua, pois o mosquito transmissor circula em Palmas.

A coordenadora técnica de Controle Vetorial da UVCZ, bióloga Lara Betânia Melo Araújo, explica que a malária é uma doença parasitária infecciosa transmitida pela picada da fêmea de mosquito do gênero Anopheles. “Por muito tempo, a estratégia central de combate a malária era voltada à tentativa de eliminar o mosquito, principal vetor da doença, mas com o passar dos anos e as pesquisas e estudos desenvolvidos, foi possível perceber que essa tática era inadequada por causa das particularidades do Brasil, que além de ter dimensão continental grande, é um país tropical e com muitas florestas, habitat do inseto.

Lara explica que, quando é feito desmatamento, o mosquito sai do seu ambiente natural, que é a floresta, e se adapta muito bem na área urbana, facilitando a transmissão. “Por isso que não devemos baixar a guarda”, frisa a bióloga, justificando que no Brasil, que a doença tem elevada incidência na região amazônica, que concentra 99,9% dos casos registrados no país.

O infectologista da rede de saúde da Capital, Alexandre Janotti, lembra que a doença acompanha o homem desde que ele existe e pode acompanhá-lo ainda por muito tempo. “A malária é um problema de saúde pública muito sério. Não adianta só eliminar o mosquito, a estratégia passou a ser centrada no diagnóstico precoce e tratamento adequado através de uma rede de vigilância organizada para o cuidado e tratamento da doença”, diz o especialista.

Outras ações de combate

Também são realizadas em Palmas estratégias que ajudam a alavancar o conhecimento sobre a malária. A rede de saúde da Capital promove ações de educação em saúde em locais públicos com maior fluxo de pessoas e escolas. Também as unidades de saúde como: Unidades de Saúde da Família (USFs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Hospitais recebem anualmente visitas da Coordenação de Vetoriais e Zoonoses com objetivo de informar o fluxo de atendimento para todo caso suspeito e confirmado de malária de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS).

Como acontece a transmissão

A malária é transmitida através da picada da fêmea de mosquitos do gênero Anopheles, infectadas pelo protozoário do gênero Plasmodium. Os principais sintomas são: febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Para se prevenir, recomenda-se o uso de mosquiteiros; roupas que protejam pernas e braços; telas em portas e janelas e uso de repelentes. (Secom Palmas)