O aumento no número de casos de ataques cardíacos em pessoas jovens, com menos de 40 anos de idade, tem preocupado especialistas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019 houve um crescimento de cerca de 59% nas internações de pessoas de até 39 anos por infarto e de 9% nas mortes causadas pelo problema. O médico cardiologista Henrique Furtado, alerta para os dados e diz que há um aumento na prevalência de comorbidades em jovens, por exemplo, obesidade e hipertensão.
O especialista explicou que a principal causa do infarto é a inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos, na parede das artérias do coração e de outras partes do organismo. Essa inflamação é chamada de aterosclerose e impede que o sangue circule normalmente pelas artérias que pode chegar à interrupção do fluxo sanguíneo para o coração, provocando o infarto.
A principal causa desse evento cardíaco é o acúmulo de gordura, colesterol e outras substâncias no vaso sanguíneo. Com o passar do tempo, pode haver entupimento da artéria e interrupção do fluxo sanguíneo para o coração, o que leva ao infarto. A área do músculo cardíaco que deixou de ser irrigada perde sua funcionalidade, prejudicando a capacidade de bombeamento do sangue pelo coração.
“Os fatores de risco para o aumento de infarto em jovens são conhecidos, sedentarismo, tabagismo, estresse, hipertensão arterial e diabetes acabam por serem os vilões para uma boa saúde do coração”, ressaltou Henrique Furtado. Ele defende a atividade física como meio de evitar o sedentarismo, que está associado a numerosas doenças que elevam o risco de problemas cardiovasculares como aperto no peito, infarto agudo do miocárdio e tromboses. A atividade física constante torna a pessoa mais forte, isso é inegável, mas também ameniza e até soluciona problemas como o colesterol alto, por exemplo”, destacou.
Segundo um levantamento feito pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), indica que mais da metade da população brasileira está acima do peso e 19,8% estão obesos. De acordo com o Ministério da Saúde, esse é o maior índice de obesidade nos últimos treze anos no Brasil. No mesmo período, houve um aumento de 40% no total de adultos diabéticos no país. Em 2006, eram 5,5%; em 2018, subiu para 7,7%. Essas condições valem para jovens e idosos. Mas há peculiaridades que agravam os riscos em quem tem menos de 40.
Para o cardiologista, a adoção de hábitos saudáveis e o acompanhamento médico são indispensáveis para prevenir e detectar precocemente possíveis problemas cardíacos. “Os males que acometem o coração começam a aparecer a partir dos 30 anos, por isso é necessário fazer check-ups, principalmente aqueles que já possuem histórico familiar e fatores de risco. Além disso, é essencial manter um estilo de vida com hábitos saudáveis”, afirmou. (Precisa AI)