O Brasil tornou-se o quinto maior produtor de energia solar em 2021, terminando o ano com cerca de 13 GW, segundo dados do relatório Renewables 2022 Global Status Report - REN21 - GSR 2022. As novas adições (5,5 GW) foram puxadas principalmente pela geração distribuída (4GW), quando os painéis fotovoltaicos são instalados no local em que a energia será consumida. O setor residencial foi responsável pela maior parte das contratações (77,4%).
De acordo com o relatório, a energia solar distribuída cresceu no Brasil impulsionada por um aumento geral dos preços da eletricidade em decorrência da crise hídrica que impactou a capacidade hidrelétrica do país.
O relatório também mostrou que a captação de energia solar fotovoltaica continuou a crescer em toda a América Latina, apesar da lenta recuperação dos impactos da pandemia nos países dessa região. Os quatro países com melhor desempenho em capacidade recém-instalada foram Brasil (5,5 GW), México (1,8 GW), Chile (1,3 GW) e Argentina (0,2 GW).
No setor eólico, o Brasil está atrás apenas de China e Estados Unidos, um segmento que deve sua expansão em 2021 principalmente ao destravamento de investimentos offshore (em alto mar) em quase todas as geografias, inclusive aqui no Brasil.
Segundo o relatório, 2021 foi especial para as energias renováveis em seu conjunto, quando elas responderam por 84% das novas adições de energia na rede global, o maior percentual desde 2011, quando a medição começou a ser feita. Foram 315 GW de energia renovável nova no mundo, o suficiente para abastecer todos os consumidores domésticos do Brasil.
A China se tornou o primeiro país a ultrapassar 1TW de capacidade de energia renovável instalada, muito à frente de EUA (398GW), Brasil (160GW), Índia (158GW) e Alemanha (139GW). O país asiático lidera em quase todos os segmentos renováveis e também foi o que mais investiu como um todo no setor – 37% do total global, à frente da Europa (22%), Ásia-Oceania (sem China e Índia; 16%) e os EUA (13%).
Importância das energias renováveis
O relatório também aposta que o salto de crescimento das renováveis nesta década estará cada vez mais ligado à segurança energética. O aumento dos preços da energia exacerbado pela invasão russa à Ucrânia, está obrigando governos e setor privado a reconhecer o papel das renováveis em conter choques de preço e garantir o fornecimento.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nessa terça-feira, 21, o reajuste nos valores das bandeiras tarifárias (cobrança extra aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia no país). Pela proposta aprovada pela agência, a maior alta será no valor da bandeira vermelha patamar 1 (alta de 63,7%). A bandeira amarela vai subir 59,5%, e a vermelha patamar 2 aumentará 3,2%. A bandeira verde seguirá sem cobrança.
“Há uma grande importância social e também econômica na democratização do acesso à energia limpa em nosso país. Além disso, o progresso das fontes limpas impacta positivamente na preservação do planeta, que vive um momento crucial em relação a repensar a forma de consumo”, explica o CEO da companhia pernambucana Elétron Energy, André Cavalcanti.
As usinas solares de grande porte têm geração até dez vezes mais barata do que as fontes elétricas, considerando sobretudo os constantes aumentos tarifários. “Esses sucessivos aumentos e reajustes, além dos tributos e subsídios, mostram que o caminho para uma matriz de geração menos dependente da geração hidráulica é fundamental. A energia solar, por exemplo, é a que mais gera empregos no mundo, além de ser uma das fontes energéticas mais estratégicas para acelerar o desenvolvimento sustentável do país”, conclui Cavalcanti.