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Cotidiano

Foto: Luiz Henrique Machado

Foto: Luiz Henrique Machado

A família de um bebê de apenas dez dias de vida passou um sufoco esta semana, quando a criança engasgou durante a amamentação. Era por volta das 22h50, de quarta-feira, 10, momento em que Érica Martins Lima Paz, 30, alimentava o pequeno N. P. F., e percebeu que ele estava sem fôlego. No desespero, ela e o esposo André Jesus, só tiveram tempo de se lembrar que têm dois vizinhos que são alunos do Curso de Formação de Praças do  Corpo de Bombeiros Militares, e os chamaram para a intervenção. E deu certo.

O casal e os dois alunos do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins moram no mesmo condomínio, na 407 Sul, em Palmas. Graças a isso, a rápida resposta reanimou o bebê. “É algo que acontece muito rápido. É um desespero enorme. Você está amamentando e a criança fica sem respirar, fica roxa”, relatou Érica. “Mas graças a Deus os bombeiros estavam aqui do lado e salvaram a vida do nosso filho. Somos gratos a eles. E se o nosso filho não seguir a carreira do pai [advogado], vai ser bombeiro”, brincou a mãe.

O advogado André Jesus Fachine Cunha, não negou o desespero que tomou a todos no momento e agradeceu os militares pela prontidão no atendimento. “Eles atenderam na hora. Fizeram o procedimento bem feito e o bebê voltou a respirar novamente. Ele estava totalmente sufocado”, lembra. 

Os dois alunos do curso foram aprovados no último concurso do CBMTO, em 2021. Victor Bringel de Sousa, 22, é do estado do Goiás, e Rafael Umbuzeiro Santos, 25, é da Bahia. Ambos dividiram as ações no atendimento ao bebê. Enquanto Bringel acalmava o casal e chamava o socorro, Umbuzeiro fazia as manobras para desengasgo da criança. E ao final, todos puderam celebrar o resultado.

“É muito gratificante saber que a gente pode ajudar as pessoas”, disse Bringel. “Na aula teórica a gente não tem essa percepção, mas ver isso na vida real deixa a gente feliz e motivado a continuar e fazer todos os cursos possíveis”, completou.

Para Umbuzeiro, o pedido de socorro o fez se lembrar de todas as aulas de Atendimento Pré-Hospitalar, com manobras de desengasgo. "Deus coloca a pessoa certa, no lugar certo. A gente nunca espera por isso, mas me lembrei das manobras que aprendemos em sala de aula”, relata. “Continuei até que o bebê colocasse o leite para fora. Isso me tranquilizou, pois vi que o trabalho estava dando certo”, frisou.

Métodos

A tenente-coronel Andreya de Fátima Bueno, comandante Operacional do CBMTO, destacou que, diante de uma emergência como esta enfrentada pela família, o correto é que alguém faça as manobras e que também seja pedido socorro ao Corpo de Bombeiros Militar para as orientações imediatas.

"Não é difícil fazer a manobra. A gente tem que possibilitar que aquilo que está engasgando, desobstrua, seja expelido”, afirmou a comandante, explicando que existem dois modos que podem ser usados para tal situação.

“Um ocorre com o bebê ainda consciente, respondendo. A gente vira o bebê de bruços e dá cinco tapinhas nas costas dele, vira de frente e faz cinco compressões torácicas até ele chorar ou tossir, que são os indicativos da desobstrução. Se  isso não ocorrer, ele vai perder a consciência e a partir disso, a gente tenta com manobras de Ressuscitação cardiopulmonar (RCP), explicou.

Números 

Entre os meses de janeiro e julho, o CBMTO atendeu 35 casos de desengasgo em todo o estado. O maior número foi em Palmas, com 11 chamadas. As demais foram em Araguatins, Araguaína e Paraíso com 05, Colinas com 03, Porto Nacional e Gurupi com 02 e Peixe e Dianópolis com 01 cada.

Já nos anos de 2020, foram 61 registrados e em 2021 um total de 51. 2022/35, totalizando 147 nos últimos 03 anos. O detalhe é que o maior número de ocorrências se deu às 11h da manhã e entre 17h e 23h. (CBM/TO)