A grilagem de terras indígenas, os riscos à saúde dos povos, o crescimento nos índices de desmatamento e a extração ilegal de minérios em reservas ambientais no estado de Rondônia são os principais motivos para a candidatura indígena de Leonice Tupari ao cargo de deputada estadual nas Eleições de 2022. Representar a voz dos povos atingidos pela falta de fiscalização das leis ambientais é, para ela, tornar efetiva políticas que visem a proteção das Terras Indígenas e dos povos que as habitam.
Para isso, Leonice quer unir forças a outros segmentos que sofrem as mesmas consequências dos projetos voltados ao agro e à exploração desenfreada do meio ambiente como quilombolas, seringueiros e ribeirinhos. Dentro dessa perspectiva, Leonice também abraça a agenda LGBTQIA+ como forma de fortalecer a luta pela representatividade dentro do Legislativo Estadual.
“Vou defender na assembleia legislativa projetos modernos e sustentáveis, onde todos possam crescer, as nossas florestas, a economia indígena, empreendedores culturais, produtores e extrativistas orgânicos e as empresas com responsabilidade ambiental”, afirma.
Como forma de fomentar a produção sustentável dentro do Estado, Leonice pretende propor políticas públicas de incentivo aos agricultores familiares. “Nosso potencial econômico poderá ser acessível e diverso pra toda população rondoniese. Esse atual modelo explora nossos recursos e seus resultados não têm beneficiado o crescimento socioeconômico da população”.
Histórico
Mulher indígena, ativista defensora dos direitos humanos, Leonice Tupari tem histórico de luta pela coletividade e vem trabalhando pela reconstrução da política no estado de Rondônia por meio da conscientização de corações e mentes.
É co-fundadora da Associação das guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR) e sempre esteve presente nos debates para a criação de políticas públicas do Conselho de Direitos das Mulheres, além de mobilizar o empreendedorismo indígena por meio do artesanato.
É uma das articuladoras da Voz das Mulheres Indígenas, iniciativa implementada pela ONU Mulheres em cooperação com a Embaixada da Noruega, vem fomentando o empoderamento, a mobilização social e a participação política de mulheres indígenas de diversas etnias no Brasil.
Bancada Indígena
Pela primeira vez na história do pleito eleitoral no Brasil, uma Bancada Indígena disputa as eleições gerais de forma coordenada, uma iniciativa da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) que apoia 30 candidaturas de todas as regiões do País e de 31 povos.
Os candidatos são apoiados pela Campanha Indígena 2022, projeto da Apib para Aldear a Política que é voltado à formação, articulação e construção de estratégias de luta política para ocupação de espaços de decisão e representatividade na sociedade brasileira por lideranças indígenas.
Do total de postulantes indígenas, 12 candidaturas concorrem a vagas de deputado federal e 18 a cadeiras em Assembleias de 20 estados diferentes. As indicações foram realizadas pelas organizações regionais de base que compõem a Apib.
A Campanha Indígena vem fortalecendo as candidaturas eleitas pelo movimento por meio do apoio em relação à divulgação, estratégia e comunicação visual, além do suporte jurídico.