A Polícia civil do Rio de janeiro (RJ) informou que mais uma mulher procurou a delegacia para registrar ocorrência contra o médico radiologista Martinho Gomes de Souza Neto, preso em flagrante no último dia por denúncia de abuso sexual contra uma paciente durante a realização de um exame. Agora já são seis as vítimas do radiologista que também já atuou no Tocantins.
Ainda de acordo com a polícia, os relatos das vítimas combinam quanto ao modus operandi do suspeito. O abuso acontecia sempre durante a realização de algum exame, com pouca luz e sozinho no consultório com a paciente. Em depoimento à polícia no dia da prisão de Martinho, funcionárias da clínica relataram não ser comum que os médicos realizem os exames a sós com as pacientes.
Além da clínica no bairro de Copacabana, o médico teria feito vítimas também em outra unidade, no Centro da cidade. Segundo a polícia, funcionários das duas unidades serão ouvidos e imagens de câmeras de segurança serão analisadas para apurar os fatos.
Martinho continua preso preventivamente e nega as acusações.
Relembre
O radiologista foi preso em flagrante na semana passada após uma paciente o denunciar por abuso sexual durante a realização de um exame. A vítima, uma mulher de 26 anos, procurou a clínica para fazer um exame de mama mas que foi convencida por Martinho a fazer também um exame transvaginal que seria de graça.
Durante o procedimento, ele teria tocado as partes íntimas da mulher sem luvas e perguntado “se ela estava gostando”. O médico também teria tentado impedir que ela se levantasse da maca e saísse do consultório. Cris relatou que ele encostou uma cadeira na porta para dificultar a saída dela e impedir que funcionários da clínica entrassem.
Sindicância
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) vai apurar a conduta do médico. O órgão informou que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa e que abriu sindicância contra Martinho.
O Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRMTO) não se manifestou a respeito da conduta do profissional que já atuou no estado.
Processo civil
Além das denúncias de abuso sexual, o radiologista também responde a um processo cível indenizatório por erro médico. O jornal Folha de Pernambuco divulgou que em março do ano passado Martinho recomendou a realização de uma curetagem a uma grávida alegando que o feto estaria morto. Sem acreditar no diagnóstico, a paciente procurou outra clínica onde exames constataram que os batimentos cardíacos do feto estavam normais. O processo ainda está tramitando na justiça carioca.
No Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) não constam processos relacionados a erros médicos ou abuso sexual contra o médico.
