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Saúde

O paciente tem 16 anos e o irmão dele, de apenas 11 anos, também está internado com a suspeita de estar infectado.

O paciente tem 16 anos e o irmão dele, de apenas 11 anos, também está internado com a suspeita de estar infectado. Foto: Marcelo de Deus

Foto: Marcelo de Deus O paciente tem 16 anos e o irmão dele, de apenas 11 anos, também está internado com a suspeita de estar infectado. O paciente tem 16 anos e o irmão dele, de apenas 11 anos, também está internado com a suspeita de estar infectado.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES-TO) informou nesta quinta-feira, 11, que confirmou nessa quarta-feira, 10, o primeiro caso de infecção por Febre do Nilo Ocidental em humanos, registrado no município de Caseara do Tocantins. O paciente, um adolescente de 16 anos, está internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há cerca de 30 dias. Além do caso confirmado, o irmão do infectado, um menino de 11 anos de idade, está internado na mesma unidade hospitalar com a suspeita de também estar com a doença, visto que tem apresentado os mesmos sintomas. 

“Para a segurança e tranquilidade da população, a Secretaria de Estado da Saúde está tratando o caso de forma coordenada. Já iniciamos as ações de vigilância em saúde para a prevenção e controle, de forma articulada e integrada com o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Caseara e o Instituto Evandro Chagas, que é nossa referência para diagnóstico da doença. Além disso, já marcamos reuniões com os órgãos de Governo relacionados, que são Meio Ambiente e Adapec e emitiremos alerta aos 139 municípios”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde, da SES-TO, Perciliana Bezerra.

“A Febre do Nilo Ocidental é uma doença febril aguda causada por um arbovírus do gênero Flavivírus. O vírus é transmitido, principalmente, pela picada de mosquitos do gênero culex (conhecido como pernilongo ou muriçoca) infectados, e tem como reservatório aves silvestres”, explicou o médico veterinário Anderson Bandeira, acrescentando que “não há transmissão da doença de humanos para humanos e o Tocantins é o segundo estado brasileiro a registrar casos em humanos. O primeiro foi em 2014, no Piauí”.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é realizado por meio de PCR de Soro ou Liquor Cefalorraquidiano (a partir do 1º ao 5º dia de sintomas) ou Sorologia (coletado a partir do 5° dia após o início dos sintomas). As amostras dos pacientes coletados no Tocantins são enviadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), que é a referência em diagnóstico, para a região Norte do país.

A doença apresenta como principais sintomas febres aguda início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar, náusea, vômito, manchas vermelhas na pele e dores nos olhos, de cabeça e muscula. Caso eles continuem por 14 dias após a picada do mosquito, a pessoa pode desenvolver encefalite - (inflamação do cérebro), meningite e síndrome de Guillain-Barré, doença que afeta o sistema nervoso. Paciente também pode sentir rigidez na nuca, desorientação, tremores, fraqueza muscular e paralisia. Em alguns casos, a doença é fatal.

Tratamento

Envolve hospitalização, reposição intravenosa de fluídos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias. “Não há uma conduta específica para a Febre do Nilo, o tratamento oferecido é baseado nos sintomas apresentados pelos pacientes. Vale destacar a maioria dos casos registrados até o momento, em todo o mundo, se apresentam de forma leve e acabam sendo tratados como as demais arbovirores. Menos de 1% dos casos apresentam a forma grave, como a que estamos registrando aqui no Tocantins”, destacou o médico infectologista, Flávio Milagres.

Prevenção

Ainda não existe vacina contra a doença. Os cuidados passam por uso de repelentes; telas nas janelas; cortinados nas camas; limpeza constante em quintais e nos arredores das casas, para evitar a proliferação de mosquitos e o uso de roupas de proteção ao adentrar matas.

Esclarecimentos

Para informações complementares e esclarecimentos gerais aos gestores de saúde municipais, a SES-TO disponibiliza a Sala Estadual de Coordenação e Controle das Arboviroses, como referência, por meio do telefone e no e-mail: salaestadual.to@gmail.com