A onda de violência em Palmas voltou a ser tema na Câmara de Palmas, nesta terça-feira, 27. A vereadora Solange Duailibe foi quem iniciou a discussão, informando que de janeiro a junho cerca de 22 mulheres foram estupradas no município. Um dos casos mais recentes teria acontecido no Parque dos Povos Indígenas, quando uma mulher foi atacada por um jovem.
De janeiro a junho também já se registra na Capital mais de 90 homicídios, a maioria na região sul da cidade. Os dados são alarmantes a ponto das forças de segurança criarem gabinete de gestão integrada em busca de soluções para enfrentamento à crise de violência.
Na tribuna da Câmara, o presidente da Casa, vereador José do Lago Folha Filho, sinalizou o porquê do alto índice de criminalidade. O parlamentar disse ter participado de audiência pública no Ministério Público (MP/TO) na última sexta-feira, oportunidade em que as autoridades presentes apontaram briga de facções por território. "A parte da inteligência da Polícia Militar com a parte da inteligencia da Polícia Civil já detectou parte do problema. [...] É uma facção de veio de Goiás, estabeleceu aqui e numa briga por esses territórios essa facção de Goiás está cometendo isso aí", informou.
Durante a discussão na Casa, falou-se muito da necessidade de projetos sociais e de tratativas para que sejam incluídos já no orçamento de 2024. Para a vereadora Iolanda Castro, é preciso acordar. "A violência é uma consequência de causas que poderiam ser implantadas e implementadas no nosso município, no nosso Estado para prevenção. Se ficarmos eternamente trabalhando a violência como consequência, somente apagar o fogo na consequência, nunca teremos sossego na nossa vida. [...] Precisamos acordar e sensibilizar através da força política, da força social para que ações básicas alcancem pedagogicamente os nossos adolescentes, os nossos jovens", afirmou. A maioria das vítimas assassinadas na capital em 2023 são jovens e negros, segundo a parlamentar.
Eudes Assis também concordou sobre a carência de públicas públicas e sugeriu ao presidente Folha chamamento de autoridades da área. "Os nossos jovens estão morrendo", frisou.
Cidade Sangrenta
O vereador Júnior Brasão, por sua vez, também julgou verdadeira a necessidade de ações. "Para termos um resultado positivo no próximo ano temos que trabalhar agora para perdermos essa imagem de que Palmas é uma cidade sangrenta, e que está afastando nossos turistas", afirmou.
SSP/TO
O Conexão Tocantins pediu à Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP/TO) a confirmação de dados e, de acordo com a pasta, de 1° de janeiro a 26 de junho, Palmas realmente contabiliza 22 casos de estupro, dos quais 9 foram no mês de maio e 2 em junho. No entanto, segundo a SSP/TO, constata-se uma queda de 15 %, já que no mesmo período do ano passado foram registrados 26 casos, sendo 8 em maio e 7 em junho.
Apesar da queda dos índices, a SSP-TO reitera que a Polícia Civil do Tocantins não tem medido esforços para solucionar os crimes de estupro, bem como todo e qualquer caso contra à dignidade sexual feminina, buscando sempre identificar, prender e indiciar seus respectivos autores para que possam responder na justiça por seus crimes. (Matéria atualizada às 08h13min de 28/06/2023)