Um total de 281 pacientes tocantinenses foram diagnosticadas com neoplasia maligna da mama, mais conhecida como câncer de mama, em 2022. Em 2023, já houve 78 confirmações da doença. Ele é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. E como existem vários tipos de câncer de mama, alguns evoluem de forma rápida, outros, não. Mas a maioria dos casos tem bom prognóstico.
“Lembro muito bem do dia em que recebi o diagnóstico do câncer de mama. Eu tinha feito uma palestra em um hospital e no fim, durante uma conversa com um gestor da unidade fui incentivada a fazer um exame de detecção para saber como andava o meu corpo. Detalhe: eu tinha feito esses exames há dois meses, mas naquela época nada tinha sido encontrado! Peguei o resultado no dia 9 de junho de 2022, positivo para o câncer de mama”, essa é a fala da Michele Nunes, enfermeira, voluntária e palestrante da área da saúde.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são: edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor; inversão do mamilo; hiperemia; descamação ou ulceração do mamilo; ou secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames de diagnóstico e tratamento tanto para o câncer de mama, quanto para o câncer de colo do útero. “A população tocantinense é acompanhada pelas Unidades de Tratamento de Alta Complexidade (Unacon) local onde tem tratamento garantido, mas o acompanhamento inicia nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios, com a realização dos exames preventivos. Os municípios recebem o acompanhamento da SES-TO, com contato direto via e-mail, telefone e treinamentos aos coordenadores da Atenção Básica, que são realizados a partir da solicitação de cada município”, disse a enfermeira da área técnica de controle do câncer do colo do útero e mama da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Danielle Jaqueline da Silva.
Campanha
Para reforçar a importância do diagnóstico precoce, foi criada no ano de 1990 a Campanha Outubro Rosa, que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a prevenção e controle do câncer de mama. “A importância da campanha se dá pelo fato de proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento bem como contribuir para a redução da mortalidade. Além disso, a conscientização dá a dimensão da doença o que melhora o seu controle, visto que a campanha é só em um determinado mês que faz alusão ao câncer em específico, mas por todo o ano os cuidados devem permanecer, porque quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura”, ressalta a enfermeira da (SES-TO), Danielle Jaqueline da Silva.
História
“O meu tratamento durou alguns meses e durante esse processo fiz duas cirurgias, 16 quimioterapias e 15 radioterapias. Eu sou palestrante e o projeto Leituroteca nasceu de um desejo que eu já tinha guardado no coração e, durante o tratamento, vi a possibilidade de ajudar outras pacientes. E isso trouxe um significado especial no dia que eu toquei o sino da cura... posso dizer que foi o meu renascer pra agradecer a Deus por ter vencido essa batalha”, enfatizou a enfermeira, voluntária e palestrante da área da saúde, Michele Nunes.
Leituroteca no HGP
O Leituroteca é um projeto de incentivo à leitura, que tem o objetivo de auxiliar pacientes oncológicos através do hábito da leitura. A iniciativa consiste em disponibilizar livros para esses pacientes, proporcionando momentos de conforto e distração durante o período de tratamento. “Já tivemos médicos e autores de renome internacional doando amor, livros e vida aos pacientes oncológicos do SUS tocantinense. Sou grata a Deus por poder tocar no coração de tantas outras pessoas através dos livros”, acrescentou Michele Nunes.
(Foto:Ellayne Czuryto/Secom-TO)Mamografia
O exame de mamografia é ofertado de forma gratuita aos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O serviço realiza mamografia de rastreamento, indicada para mulheres de 50 a 69 anos sem sinais e sintomas de câncer de mama, a cada dois anos e mamografia diagnóstica, indicada para avaliar lesões mamárias suspeitas, em qualquer idade e também em homens.
Os dados deste ano mostram que já realizamos 3.753 mamografias em 2023. No ano de 2022 foram realizados 8.386 procedimentos.
O exame deve ser solicitado por profissional de saúde, durante a consulta ou em estratégias de busca ativa de mulheres, como a visita domiciliar e outras ações.
Câncer de Colo do Útero
O câncer de colo de útero é outra doença abordada na Campanha Outubro Rosa e tem como primeira forma de prevenção a diminuição do contágio pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). A infecção por HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo, e sua transmissão ocorre principalmente por via sexual, mas pode ocorrer por qualquer contato direto com a pele ou mucosa infectada.
Em 2022, o Tocantins detectou 108 casos da doença. E este ano, já notificamos 35 casos. O exame é ofertado pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde e é a estratégia mais adotada para detecção da doença entre mulheres de 25 a 64 anos, que já tiveram algum tipo de relação sexual.
Dessa forma, as recomendações para prevenir o HPV são: usar preservativo em todas as relações sexuais, cuidar da higiene íntima, conhecer o próprio corpo, estando atenta a alterações e realizar o exame preventivo do câncer de colo do útero, para detecção de lesões ainda em fase inicial.
Vacina contra HPV
A vacina HPV quadrivalente pode prevenir os cânceres relacionados aos HPV 16 e 18; de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11.
A dose da vacina está disponível para meninas de 9 a 14 anos. Para os meninos de 9 a 14 anos, há a indicação de forma temporária a partir de setembro de 2022 até junho de 2023.
Também há a recomendação de aplicação para pessoas de 9 a 45 anos de idade, vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos. Para a vacinação deste grupo, há a necessidade de prescrição médica. (Secom/TO)