A população brasileira está envelhecendo de forma rápida e constante, a informação vem da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE. Segundo o levantamento, em dez anos, o número de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Com a mudança, surgem novas preocupações voltadas para a faixa etária que está crescendo. Entre elas, as questões que envolvem a saúde visual dos idosos, em especial a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é a principal causa de cegueira legal em pessoas com mais de 50 anos em países desenvolvidos. Aproximadamente 8,7% da população mundial tem algum grau de DMRI, com a forma avançada da doença afetando cerca de 0,5% da população global. A incidência da DMRI aumenta significativamente com a idade. Estima-se que cerca de 14% das pessoas com idades entre 70 e 79 anos tenham a forma avançada da DMRI. Já entre os indivíduos com mais de 80 anos, essa porcentagem aumenta para cerca de 28%.
Mesmo assim, poucas pessoas sabem da existência dela. Uma pesquisa encomendada pela farmacêutica Bayer, em parceria com o Ibope, mostrou que 74% dos entrevistados não conhecem o problema, que já afeta 3 milhões de pessoas no país. Inclusive, 65% da faixa etária acima dos 55 anos, que é a mais acometida pela DMRI, nunca sequer ouviram falar sobre a doença. Desinformação que faz com que o quadro clínico avance, sem que a pessoa busque tratamento.
Inicialmente, a doença pode não apresentar sintomas, por isso, muitos pacientes demoram a buscar ajuda, é o que explica o médico oftalmologista do Hospital de Olhos de Palmas, Dr. Pedro Kalil Monteiro. “O diagnóstico tardio de DMRI é uma grande preocupação porque a doença é degenerativa e progressiva. Assim, é muito importante que as pessoas conheçam mais sobre o assunto e mantenham sua rotina de consultas oftalmológicas em dia, sendo, no mínimo, de uma vez ao ano”, alerta o especialista.
A DMRI provoca lesões na mácula, que é a região do olho responsável pela visão central e que nos permite ver objetos em frente ao nosso campo de visão. A pessoa passa a ver uma “mancha” na parte central e a nitidez e os detalhes da imagem vão sendo comprometidos lentamente. De modo que a realização de atividades diárias, como ler, dirigir e escrever, vai ficando cada vez mais complicada, podendo chegar à perda total da visão.
Segundo o Dr. Pedro Kalil, além do envelhecimento, sedentarismo, obesidade, hipertensão, tabagismo, dieta rica em gorduras e hereditariedade são outros fatores de risco para a Degeneração Macular. “E ainda vale lembrar que essa não é a única doença oftalmológica que afeta a terceira idade. A catarata, a síndrome do olho seco e até o glaucoma são problemas mais comuns em pessoas com a idade mais avançada”, afirma o oftalmologista. Ou seja, ao envelhecer, os cuidados com a visão devem ser reforçados. (Precisa/AI)