Após fazer o lançamento oficial na Feira da Indústria do Pará (FIPA), o presidente da Fiepa, Alex Carvalho, realizou em Brasília a apresentação do Pacto Amazônia Sustentável e da Jornada COP+, dois instrumentos colaborativos e multissetoriais com foco no crescimento sustentável. Foi nesta quarta-feira (29), na reunião do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas), da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Jornada COP+ tem o objetivo de promover debates qualificados que colaborem com o desenvolvimento sustentável da indústria. Será realizada por meio de fóruns, webinars, workshops, bootcamps e o Summit Amazônia Industrial, que trarão assuntos fundamentais nessa nova agenda socioeconômica e ambiental brasileira dos próximos 30 anos.
A Jornada COP+ responde a uma provocação feita por Rafael Lucchesi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI, que abriu o encontro do Coemas propondo uma ação mobilizadora, liderada pela Confederação, capaz de construir uma agenda para o país. “Precisamos de uma ação estruturante, contributiva para a agenda pública do Brasil, voltada para transição ecológica. Essa é a chave para o desenvolvimento do país”, afirmou”.
É exatamente o que a iniciativa vai construir ao longo de um ano e meio de debates, com temas como descarbonização da indústria, energia, bioeconomia, transformação digital, reforma tributária e infraestrutura.
“Quem empreende no Brasil precisa estar comprometido com os desafios climáticos. Essa nova indústria precisa ser mais responsável e sustentável”, disse Marcelo Thomé, presidente do Coemas e do Instituto Amazônia+21, correalizador da jornada que será realizada pela CNI e Fiepa.
“Tomamos a iniciativa de puxar as discussões por estar no Pará, estado que vai sediar a COP 30, e por representar 46%, quase metade das indústrias presentes na Amazônia Legal. Mas precisamos que a Jornada COP+ seja um esforço coletivo de todas as federações, empresas e instituições interessadas em participar desse processo colaborativo”, enfatizou Alex Carvalho, presidente da Fiepa.
Já o Pacto Amazônia Sustentável tem como objetivos criar uma agenda de interesses comuns da Amazônia, ser um instrumento efetivo de governança, posicionar a Amazônia como protagonista de sua própria história e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região. Tudo isso pautado na defesa da legalidade, na proteção ambiental, no crescimento socioeconômico e na valorização da sociobiodiversidade.
“Não existe hoje um projeto para a Amazônia e não podemos mais continuar nessa situação de vivermos em uma região rica em recursos naturais e ter 8 dos 10 piores IDHs do país. O pacto também tem a finalidade de posicionar a própria Amazônia como protagonista e criadora de um novo modelo de desenvolvimento alinhado aos ODSs da ONU. Vamos criar uma agenda local, de interesses comuns da região, para contrapor os interesses dos países mais ricos e poluidores, que desejam imobilizar o desenvolvimento da Amazônia”, pontuou Carvalho.
O pacto é um instrumento multissetorial que precisa da adesão de todos. A Fiepa lançou o movimento, vai integrar o debate e, além disso, será uma das mobilizadoras das partes interessadas, como poder público, entidades empresariais e de trabalhadores, organismos internacionais, empresas, pesquisadores de várias áreas de saber, o terceiro setor e a própria sociedade civil. Os compromissos e acordos que forem sendo construídos serão levados em novembro deste ano para a COP29, no Azerbaijão, e concluídos para apresentação final na COP30 em novembro de 2025, em Belém. (Fiepa)