Instituto Ipespe, contratado pela Fieto no 1° turno em Palmas, explica discrepância entre pesquisa e resultado

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) divulgou nota à imprensa em resposta aos apontamentos da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) sobre o resultado da eleição para prefeito de Palmas/TO no primeiro turno. O Ipespe reafirma ter alto padrão de qualidade, seriedade e que segue rigorosamente todas as exigências do código de ética da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP). 

Depois da divulgação dos resultados das eleições municipais na capital, a Fieto afirmou ter recebido com estranheza a diferença entre o resultado final das eleições e a previsão feita na pesquisa da última rodada, divulgado dia 4 de outubro, em Palmas. A pesquisa mostrava que Janad Valcari com 52% das intenções de votos, Eduardo Siqueira Campos com 28%, Júnior Geo 20% e Lúcia Viana 1%. Janad chegou a divulgar à imprensa seu sentimento de vitória em primeiro turno. O resultado das urnas, entretanto, revelou que Palmas, de forma inédita, terá 2° turno. No 1° turno, Janad alcançou 39,22% dos votos, Eduardo Siqueira 32,42%, Júnior Geo 27,99%, e Lúcia Viana 0,37%. A Federação rescindiu o contrato com o Ipespe e contratou outro instituto e deve divulgar pesquisa na próxima quarta-feira, 16.

A Fieto afirmou em nota que vem antecipando cenários de forma precisa há mais de 10 anos. Essa precisão, contudo, como argumenta o Ipespe, "naturalmente sempre foi afetada por movimentos de última hora nas intenções de voto, em maior ou menor proporção, motivados por diversos fatores. Como debates, fatos novos, denúncias – a depender da conjuntura eleitoral. E também pelo não comparecimento no dia da votação, a chamada abstenção. Assim, vale reiterar que as pesquisas eleitorais medem opinião e atitude, e não comportamento. Elas não são prognósticos", afirma o instituto.

O Ipespe lembra que essas mudanças nas intenções de voto aconteceram em Palmas nas três últimas eleições e encaminhou tabelas mostrando as divergências. Confira abaixo na nota do Ipespe na íntegra:

Confira a nota na íntegra:

Este ano, o Ipespe foi contratado pela Fieto para a realização de pesquisas (apenas no 1º turno) em Araguaína, Gurupi e Palmas. Enquanto nos dois primeiros municípios os levantamentos divulgados às vésperas da eleição praticamente cravaram os resultados das urnas, em Palmas houve discrepâncias. E o que explica a diferença?

A Fieto afirmou em nota que “há mais de 10 anos vem antecipando cenários de forma precisa”. Essa “precisão”, contudo, naturalmente sempre foi afetada por movimentos de última hora nas intenções de voto, em maior ou menor proporção, motivados por diversos fatores – como debates, fatos novos, denúncias – a depender da conjuntura eleitoral. E também pelo não comparecimento no dia da votação, a chamada abstenção. Assim, vale reiterar que as pesquisas eleitorais medem opinião e atitude, e não comportamento. Elas não são prognósticos.

Essas mudanças nas intenções de voto aconteceram em Palmas nas três últimas eleições. As tabelas abaixo – construídas utilizando-se como referencial os votos válidos publicados pelo TSE –  mostram que as divergências (iguais ou superiores a dez pontos)  entre as pesquisas divulgadas pela Fieto nas eleições de Palmas de 2024 (1º turno), de 2020 e de 2016, e os resultados das urnas, se deram em patamares muito semelhantes. Como se vê, a diferença este ano entre as intenções de voto da candidata Janad Valcari, a quatro dias da eleição, na pesquisa realizada pelo Ipespe e os votos anunciados pelo TSE, foi de 13 pontos a menos; em 2020 essa divergência com os números de Cinthia Ribeiro na pesquisa do instituto contratado à época foi de 10 pontos a menos; e em 2016, na eleição de Carlos Amastha, foi de 11 pontos a mais.

Isto posto, o Ipespe reafirma o alto padrão de qualidade técnica, seriedade e responsabilidade do seu trabalho, que segue rigorosamente todas as exigências do código de ética da ABEP (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa), à qual o Instituto é associado,  as diretrizes da WAPOR  (World Association for Public Opinion Research) e da ESOMAR (European Society for Opinion and Marketing Research), as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a legislação eleitoral. Ao longo dos 38 anos de atuação, nacional e internacional, o Ipespe construiu uma reputação ilibada, integrando experiência e inovação, que o posiciona entre os institutos de pesquisas mais reconhecidos do País, com estudos e levantamentos realizados em todos os 5.570 municípios brasileiros.