Com o objetivo de incentivar a prevenção e diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) promove o Novembro Dourado. A campanha demonstra a relevância dos pais e responsáveis no enfrentamento à doença, pois são eles que, ao perceberem qualquer sinal ou sintoma incomum nas crianças e adolescentes, devem encaminhá-los ao médico para averiguar.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que no triênio 2023/2025 ocorrerão no Brasil, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade. Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Apesar do alto número, a detecção precoce e o tratamento em centros especializados de atenção à criança podem garantir a cura dos pacientes.
Segundo a médica oncologista pediátrica, Thiessa Ribeiro Vieira, os principais tipos de câncer infantojuvenil são as leucemias, os tumores de sistema nervoso central e os linfomas, seguidos pelos demais tumores sólidos. "O tratamento depende do tipo e do estágio do tumor e pode ser apenas cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Em geral, os tumores pediátricos são mais agressivos, contudo respondem melhor ao tratamento. Por isso, as taxas de cura costumam ser mais altas”.
A especialista acrescentou que os principais sinais e sintomas de alarme são: sangramento espontâneo e inexplicável, febre prolongada e sem origem, aumento progressivo de linfonodos (ínguas), alteração da marcha, dores de cabeça intensas e persistentes associadas de vômitos, dor óssea intensa, aumento do volume abdominal, alteração do reflexo ocular, entre outros.
Sara Hemilly Sousa acompanha o filho de 7 anos que há três anos foi diagnosticado com leucemia. “Ele apresentava sintoma de febre e nódulo no pescoço. Procurei logo assistência médica e realizei exame, diagnosticou fez tratamento e hoje faz só acompanhamento. Não precisou de transplante graças a Deus”, declarou.
Dados do Tocantins
Dados da Gerência da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer da SES-TO, apontam que 23 crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, fazem tratamento ou acompanhamento de câncer no Tocantins. Dentre os tipos de câncer tratados, estão a doença de Hodgkin, que é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, câncer de nasofaringe, sarcomas (que são cânceres que se originam nas células do tecido conjuntivo, que correspondem aos ossos, músculos, tecidos fibrosos, vasos sanguíneos, tendões, nervos, gordura e tecidos mais profundos da pele).
Fluxo
No Tocantins, os usuários são encaminhados pelas secretarias municipais de Saúde dos seus municípios de origem, por meio da Regulação Estadual, que organiza o fluxo de atendimento na Assistência de Alta complexidade em Oncologia (Unacon) da unidade hospitalar mais próxima de Palmas (HGP) ou Araguaína (HRA).
Tipos mais frequentes
Diferentemente do câncer nos adultos, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e cirurgias oncológicas.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e o sistema linfático.
Os sintomas mais comuns são febre por mais de sete dias sem causa aparente; dor óssea, com aumento progressivo e duração por mais de um mês; petéquias, equimose (manchas arroxeadas na pele) e palidez; leucocoria (reflexo branco na pupila do olho quando exposta à luz), estrabismo e protusão ocular; distúrbios visuais; linfonodos aumentados; dor de cabeça persistente e progressiva, primariamente noturna, que acorda a criança ou aparece quando ela se levanta de manhã, acompanhada de vômito ou de sinais neurológicos.