Um estudo recente divulgado pelo Journal of the American Heart Association, periódico da Associação Americana do Coração, revelou um dado alarmante para a saúde cardiovascular. A insatisfação e o estresse constantes no ambiente de trabalho estão diretamente ligados a um aumento de até 97% no risco de desenvolver fibrilação atrial. A condição, uma arritmia caracterizada pelo ritmo cardíaco irregular e acelerado, afeta de 2 a 4% da população mundial e traz consigo riscos sérios, como insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
A fibrilação atrial é um tipo comum de arritmia e manifesta-se por meio de palpitações, fraqueza, dificuldade para respirar e dor no peito. No longo prazo, além de aumentar o risco de AVC, a condição também pode contribuir para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca e outras complicações cardiovasculares. O médico cardiologista, Dr. Henrique Furtado, destaca que o impacto do estresse prolongado sobre o coração é ainda mais significativo do que muitos pacientes e profissionais de saúde imaginam.
"O estresse não afeta apenas a mente, ele é capaz de prejudicar a função do coração, resultando em arritmias sérias como a fibrilação atrial. Essa descoberta reforça que saúde emocional e saúde física estão interligadas. Precisamos olhar para o estresse como um fator de risco tão sério quanto o colesterol ou a pressão alta", explica o médico.
Ainda segundo o cardiologista, a fibrilação atrial é especialmente perigosa por poder permanecer assintomática em muitos casos. "Muitas pessoas vivem anos com a arritmia sem saber, apenas descobrindo quando já há uma complicação como o AVC. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental, especialmente em pacientes que relatam altos níveis de estresse", alerta.
A pesquisa norte-americana envolveu milhares de participantes e reforça a necessidade de repensar estratégias para um ambiente de trabalho mais saudável. "As empresas e profissionais de saúde devem trabalhar juntos para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e aumentar a prevenção contra arritmias e outras doenças cardiovasculares", conclui Henrique Furtado.