A população está se cuidando mais. É o que indica o levantamento sobre atendimentos relacionados às complicações agudas do diabetes, como pressão alta, infecções em ferimentos e problemas no coração, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Anatólio Dias Carneiro, sob gestão do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).
Em 2024, foram realizados 161 atendimentos, número que é 13% menor que em 2023, quando a unidade acolheu 185 pessoas com os mesmos sintomas.
O diabetes é uma condição crônica, cujo diagnóstico e tratamento é realizado fora de unidades de pronto atendimento. Por outro lado, os efeitos da doença geram frequentes busca por socorro médico emergencial.
“A glicose elevada também prejudica os nervos e os olhos, resultando em dores, perda de sensibilidade nas extremidades e até cegueira”, explica a Dra. Jullyanna Alves, diretora técnica da UPA.
O que é diabetes
O diabetes ocorre quando o corpo deixa de produzir insulina o suficiente ou usa a insulina de forma ineficaz. Este hormônio, essencial para transformar o açúcar em energia, pode danificar os órgãos e sistemas quando mal processado, acumulando glicose no sangue.
É classificado em dois tipos principais: o Tipo 1, no qual o organismo não produz a insulina, e o Tipo 2, em que há resistência à ação do hormônio.
“O Tipo 1 tem uma origem autoimune e é mais frequente em crianças e jovens. Já o Tipo 2 é o mais comum e está diretamente relacionado a fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e excesso de peso”, destaca a médica.
Pé-diabético
Além dos problemas nos rins e no coração, o descontrole da glicemia pode levar à condição conhecida como pé diabético.
Esta complicação resulta em danos nos nervos e na circulação sanguínea, que podem causar infecções, feridas que não cicatrizam e, em casos graves, amputações.
“A perda de sensibilidade nos pés, provocada pela neuropatia diabética, impede que o paciente perceba ferimentos, o que aumenta o risco de complicações. A má circulação também dificulta a cicatrização, podendo resultar em necrose e, em última instância, amputação”, alerta a diretora.
Como é o tratamento
O tratamento do diabetes envolve uma combinação de medicamentos, como a insulina, no caso do Tipo 1, e mudanças no estilo de vida, além de uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regularmente e monitoramento da glicemia. A prevenção é crucial, especialmente no caso do diabetes Tipo 2.
“Adotar uma rotina saudável pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença. O diagnóstico precoce, por meio de exames regulares, também faz toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida do paciente”, conclui a Dra. Jullyanna.