Susan veio ao mundo para fazer diferença. Já bebezinha chamava a atenção por onde passava. Seu sorriso era fácil—bastava olhar para ela que um sorriso se abria. O interessante era que ela sorria com os olhos também… Os olhinhos dela, de uma maneira harmoniosa, se encontravam com a boquinha.
Hoje, depois de todo esse tempo, começo a entender que realmente as meninas são mais apegadas ao pai. Ele é o primeiro príncipe delas, o herói.
Quando eu chegava em casa, ela reconhecia o barulho do carro e saía gritando: “Papai Segô!” Assim que começou a falar, eu dizia para ela: “Susan, Susan, do Papai!” E ela graciosamente repetia.
Hoje me dói pensar… Não vou ensiná-la a andar de bicicleta, nem levar e buscar da escola, nem ver ela se interessando pelo primeiro namoradinho, nem vou entrar com ela no casamento.
Coisas simples que um pai sonha em fazer com a filha.
Ela não estava doente, nem tinha problemas de saúde, mas se foi drasticamente, repentinamente. Foi levada de mim de forma abrupta e trágica: o afogamento infantil.
A pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini DelgadoEu, como pai, estou aqui hoje para conversar sério com você sobre esse assunto, que muitas vezes é tratado como um tabu.
A mídia em geral não noticia, e quando acontece, as pessoas não querem saber, achando erroneamente que isso nunca vai acontecer com elas.
No Brasil, o afogamento é a primeira causa de morte entre crianças de 1 a 5 anos. Também somos campeões de afogamentos em baldes, bacias, banheiras, piscinas…
Parece uma epidemia de afogamento infantil… Mas por quê?
A principal causa é a desatenção dos responsáveis. Com o advento das redes sociais, a distração virou normalidade. Isso cria a oportunidade perfeita para o afogamento, pois bastam alguns segundos.
Um pulmãozinho como o da minha filha é tão pequeno que se enche de água em menos de 10 segundos.
O problema é que o afogamento parece uma lenda, algo distante, e a maioria das pessoas acha que nunca vai acontecer com elas.
O Afogamento Infantil:
Não pede licença.
Não escolhe raça, cor, religião ou status social.
É implacável, rápido, silencioso e não avisa dia nem hora.
É, na maioria das vezes, Fatal.
E quem paga o preço? As inocentes crianças.
A água, para elas, é diversão. Mas para nós, deve ser um alerta!
Hoje luto para termos uma campanha nacional de combate ao afogamento infantil, com ações nas mídias e nas escolas.
Mas enquanto isso não acontece, você que está lendo este artigo precisa agir agora.
Os números são alarmantes e seriam ainda maiores. Todos os dias acontece. Algumas crianças sobrevivem sem sequelas, mas são minoria. Outras sobrevivem com sequelas, e muitos casos nem são contabilizados.
Minha filha não entrou nas estatísticas de afogamento, pois sobreviveu por 14 horas. Quando faleceu, seu atestado de óbito não dizia afogamento, mas sim hipóxia e falência dos órgãos.
Ou seja, os números reais são muito maiores do que as estatísticas mostram.
Eu, como pai que perdeu uma filha para o afogamento infantil, não aceitei e não tive paz até fazer alguma coisa.
Entrei de cabeça nesse submundo do afogamento infantil e descobri o tamanho do problema.
Criei o Projeto Susan Forever e tenho viajado por Flórida, Brasil, Israel, Grécia e Espanha, falando sobre esse tema.
Afogamento Infantil é a primeira causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos
Mas é também a única que é 100% evitável!
Se você abrir a mente agora, sua casa e sua família estarão protegidas desse mal que tira tantas vidas inocentes precocemente.
Como Proteger Seu Filho?
O afogamento infantil acontece em 10 a 20 segundos.
É Rápido
É Silencioso
A maioria das vezes é Fatal
Aqui estão algumas das medidas mais importantes:
Supervisão Ininterrupta!
Sempre esteja ao alcance do braço da criança.
Cerque sua piscina!
Coloque grades, cercas e obstáculos
Use portão de fechamento automático
Instale câmeras e sensores
Não delegue a responsabilidade a quem não está apto!
Nunca deixe uma criança sob os cuidados de:
Outra criança
Alguém alcoolizado
Alguém distraído
Esqueça o celular quando seu filho estiver na água!
A maior causa do aumento dos casos de afogamento infantil é a distração com redes sociais.
Coloque seu filho na natação o quanto antes!
Existem escolas no Brasil que aceitam bebês recém-nascidos.
Uma criança que sabe nadar tem 80% mais chances de sobrevivência.
Faça um curso de primeiros socorros!
Técnicas de ressuscitação podem salvar vidas.
Cada segundo conta! O socorro pode demorar a chegar.
Essas são algumas das medidas que podem salvar vidas.
Se uma vida for salva por essa mensagem, já terá valido a pena!
Meu testemunho não é de tristeza. Eu dei a volta por cima, transformando meu luto em luta.
Hoje, minha filha Susan dá nome a duas leis no Brasil que já estão em vigor (e uma terceira está em fase final de aprovação).
Juntos, podemos evitar mais tragédias e salvar vidas preciosas.
Pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini DelgadoSaiba mais em: http://susanforeverproject.org/pt/nossa-missao/