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Opinião

Alex e a pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado

Alex e a pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Alex e a pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado Alex e a pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado

Susan veio ao mundo para fazer diferença. Já bebezinha chamava a atenção por onde passava. Seu sorriso era fácil—bastava olhar para ela que um sorriso se abria. O interessante era que ela sorria com os olhos também… Os olhinhos dela, de uma maneira harmoniosa, se encontravam com a boquinha.

Hoje, depois de todo esse tempo, começo a entender que realmente as meninas são mais apegadas ao pai. Ele é o primeiro príncipe delas, o herói.

Quando eu chegava em casa, ela reconhecia o barulho do carro e saía gritando: “Papai Segô!” Assim que começou a falar, eu dizia para ela: “Susan, Susan, do Papai!” E ela graciosamente repetia.

Hoje me dói pensar… Não vou ensiná-la a andar de bicicleta, nem levar e buscar da escola, nem ver ela se interessando pelo primeiro namoradinho, nem vou entrar com ela no casamento.

Coisas simples que um pai sonha em fazer com a filha.

Ela não estava doente, nem tinha problemas de saúde, mas se foi drasticamente, repentinamente. Foi levada de mim de forma abrupta e trágica: o afogamento infantil.

 A pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado

Eu, como pai, estou aqui hoje para conversar sério com você sobre esse assunto, que muitas vezes é tratado como um tabu.

A mídia em geral não noticia, e quando acontece, as pessoas não querem saber, achando erroneamente que isso nunca vai acontecer com elas.

No Brasil, o afogamento é a primeira causa de morte entre crianças de 1 a 5 anos. Também somos campeões de afogamentos em baldes, bacias, banheiras, piscinas…

Parece uma epidemia de afogamento infantil… Mas por quê?

A principal causa é a desatenção dos responsáveis. Com o advento das redes sociais, a distração virou normalidade. Isso cria a oportunidade perfeita para o afogamento, pois bastam alguns segundos.

Um pulmãozinho como o da minha filha é tão pequeno que se enche de água em menos de 10 segundos.

O problema é que o afogamento parece uma lenda, algo distante, e a maioria das pessoas acha que nunca vai acontecer com elas.

O Afogamento Infantil:

✅ Não pede licença.

✅ Não escolhe raça, cor, religião ou status social.

✅ É implacável, rápido, silencioso e não avisa dia nem hora.

✅ É, na maioria das vezes, Fatal.

E quem paga o preço? As inocentes crianças.

A água, para elas, é diversão. Mas para nós, deve ser um alerta!

Hoje luto para termos uma campanha nacional de combate ao afogamento infantil, com ações nas mídias e nas escolas.

Mas enquanto isso não acontece, você que está lendo este artigo precisa agir agora.

Os números são alarmantes e seriam ainda maiores. Todos os dias acontece. Algumas crianças sobrevivem sem sequelas, mas são minoria. Outras sobrevivem com sequelas, e muitos casos nem são contabilizados.

Minha filha não entrou nas estatísticas de afogamento, pois sobreviveu por 14 horas. Quando faleceu, seu atestado de óbito não dizia afogamento, mas sim hipóxia e falência dos órgãos.

Ou seja, os números reais são muito maiores do que as estatísticas mostram.

Eu, como pai que perdeu uma filha para o afogamento infantil, não aceitei e não tive paz até fazer alguma coisa.

Entrei de cabeça nesse submundo do afogamento infantil e descobri o tamanho do problema.

Criei o Projeto Susan Forever e tenho viajado por Flórida, Brasil, Israel, Grécia e Espanha, falando sobre esse tema.

Afogamento Infantil é a primeira causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos

Mas é também a única que é 100% evitável!

Se você abrir a mente agora, sua casa e sua família estarão protegidas desse mal que tira tantas vidas inocentes precocemente.

Como Proteger Seu Filho?

O afogamento infantil acontece em 10 a 20 segundos.

✅ É Rápido

✅ É Silencioso

✅ A maioria das vezes é Fatal

Aqui estão algumas das medidas mais importantes:

1️⃣ Supervisão Ininterrupta!

Sempre esteja ao alcance do braço da criança.

2️⃣ Cerque sua piscina!

✅ Coloque grades, cercas e obstáculos

✅ Use portão de fechamento automático

✅ Instale câmeras e sensores

3️⃣ Não delegue a responsabilidade a quem não está apto!

Nunca deixe uma criança sob os cuidados de:

❌ Outra criança

❌ Alguém alcoolizado

❌ Alguém distraído

4️⃣ Esqueça o celular quando seu filho estiver na água!

A maior causa do aumento dos casos de afogamento infantil é a distração com redes sociais.

5️⃣ Coloque seu filho na natação o quanto antes!

✅ Existem escolas no Brasil que aceitam bebês recém-nascidos.

✅ Uma criança que sabe nadar tem 80% mais chances de sobrevivência.

6️⃣ Faça um curso de primeiros socorros!

✅ Técnicas de ressuscitação podem salvar vidas.

✅ Cada segundo conta! O socorro pode demorar a chegar.

Essas são algumas das medidas que podem salvar vidas.

Se uma vida for salva por essa mensagem, já terá valido a pena!

Meu testemunho não é de tristeza. Eu dei a volta por cima, transformando meu luto em luta.

Hoje, minha filha Susan dá nome a duas leis no Brasil que já estão em vigor (e uma terceira está em fase final de aprovação).

Juntos, podemos evitar mais tragédias e salvar vidas preciosas.

  Pequena Susan (in memoriam) - acervo pessoal Alex Ferrarini Delgado

Saiba mais em:  http://susanforeverproject.org/pt/nossa-missao/