As Unidades de Saúde da Família (USFs) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Palmas estão preparadas para atender casos suspeitos de dengue, cada uma com um perfil específico de assistência conforme a gravidade dos sintomas. A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (Semus), intensificou sua atuação no acolhimento das pessoas com sintomas e nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti após a confirmação de dois casos do sorotipo 3 da dengue neste mês de maio.
Os sintomas suspeitos de dengue são: febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. A Semus orienta que pacientes com sintomas leves, como dor no corpo, dor de cabeça e febre baixa, devem procurar as USFs. Já nos casos mais graves, com sinais de alerta como febre alta persistente, dores abdominais intensas, sangramentos e dificuldade respiratória, a recomendação é buscar atendimento imediato nas UPAs.
Atendimento
De acordo com a gestão, todas as unidades de saúde da família são referência no atendimento aos casos suspeitos de dengue. Os pacientes que buscam as unidades de saúde são acolhidos e, a seguir, submetidos à triagem e classificação de risco. A classificação de risco do paciente com dengue é específica, visando reduzir o tempo de espera no serviço de saúde e melhorar a assistência prestada ao paciente. “Quando há uma manifestação em até três dias e a pessoa não está com sinal de alarme, pode-se procurar uma unidade de saúde. O profissional de saúde fará a primeira investigação e definirá a necessidade para uma unidade secundária ou de pronto atendimento”, explica o médico infectologista Flávio Milagres.
Os pacientes do grupo A – em sinais de alarme, sem condição especial, sem risco social e sem comorbidades -, são atendidos nas USFs, havendo a necessidade de melhor investigação e condutas em pacientes dos grupos B – sem sinais de alarme, com condição especial, ou com risco social e com comorbidades -, C – sinais de alarme presentes e sinais de gravidade ausentes – e D – sinais graves -, são direcionados às unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou hospitais de maior complexidade.
Na UPA, o atendimento é 24 horas todos os dias da semana, realiza-se exames como hemograma, bioquímicos, sorologia e biologia molecular. Os casos do Grupo D são atendidos e encaminhados com hidratação venosa via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para os hospitais de alta complexidade.
Diagnóstico
Estão disponíveis dois tipos de exames para diagnóstico da doença, sendo o teste de biologia molecular, conhecido como RT-PCR, que deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia do início dos sintomas. O outro teste disponível é a sorologia, realizado a partir do sexto dia do início dos sintomas. A coleta é realizada em todos os laboratórios das USFs e das UPAs.
Mesmo que os resultados levem alguns dias para serem liberados, o paciente já inicia o tratamento adequado com base na avaliação médica, incluindo medicação sintomática, hidratação e orientações de cuidado domiciliar. A Semus reforça que a automedicação deve ser evitada em qualquer circunstância, pois pode agravar o quadro clínico do paciente.
Plano de combate intensificado
Diante da confirmação de dois casos do sorotipo 3 da dengue neste mês de maio, a Semus colocou em prática um novo plano de intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Entre as medidas estão:
Reforço nas visitas domiciliares para eliminação de criadouros e aplicação de larvicidas;
- Campanhas educativas nas redes sociais e em veículos de imprensa;
- Bloqueio de transmissão nas áreas com casos confirmados;
- Instalação de ovitrampas (armadilhas que capturam ovos do mosquito para monitoramento);
- Fortalecimento da atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com ações de educação, mobilização social e controle mecânico de focos do mosquito
Novas estratégias
Além disso, novas estratégias estão sendo implementadas, como a Borrifação Residual Intradomiciliar para o Aedes (BRI-Aedes). A Semus também solicitou ao governo do Estado, no dia 5 de maio, a liberação do carro fumacê, que utiliza inseticida de ultra baixo volume (UBV), por considerar o método eficaz para o controle do mosquito em larga escala, e aguarda retorno sobre a solicitação.
As quadras que receberão as ações são: ASR-NE 25 (212 Norte), ACNE 1 e 11 (104 Norte), Arse 14 (110 Sul), ASR-SE 15 (112 Sul), Arse 22 (206 Sul), Arse 23 (208 Sul), Arse 24 (210 Sul), ASR-SE 25 (212 Sul), Arse 32 (306 Sul), Arse 33 (308 Sul), AESE 33 (AE 308 Sul), AESE 34 (310 Sul) e ASR-SE 35 (312 Sul).
A Semus ressalta que o combate ao Aedes aegypti é uma responsabilidade compartilhada. A população deve colaborar com a eliminação de criadouros dentro de casa, manter calhas e caixas d’água limpas e tampadas, descartar corretamente recipientes que acumulam água e notificar a presença de focos à Vigilância em Saúde do município. A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de proteger a comunidade contra a dengue.
Vacinação
A imunização contra a dengue está disponível em todas as salas de vacina das USFs de Palmas, destinada a crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. A vacinação é mais uma estratégia importante de enfrentamento à doença, reduzindo o risco de formas graves e de hospitalizações. “A vacina auxilia na redução da gravidade da doença e futuras epidemias”, explica Milagres, ao acrescentar que outras medidas podem ser adotadas, como a redução dos focos do mosquito, uso de repelentes, mosquiteiros, proteção dos ambientes internos das casas ao fechar as janelas no final da tarde. (Secom Palmas)