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Mundo Pet

Foto: Pexels/@RomanBiernacki

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Na coluna desta semana, a pauta não se restringe a cães e gatos. O assunto envolve todas as formas de vida animal e destaca um marco no calendário mundial: o Dia Mundial dos Animais, celebrado em 4 de outubro. A data representa um momento de reflexão sobre como a sociedade trata as espécies que compartilham o planeta, estimulando debates, ações e políticas que buscam assegurar proteção, dignidade e sobrevivência a cada uma delas.

A escolha do dia 4 de outubro não foi aleatória. Ele coincide com o dia de São Francisco de Assis, considerado padroeiro dos animais, reconhecido por sua relação com a natureza e pela defesa do respeito aos seres vivos. Francisco via todos como criaturas de Deus, com direito a coexistir em harmonia, e seus relatos de convivência com aves e até de pacificação de um lobo em uma pequena cidade italiana reforçaram a associação entre sua história e a causa animal.

O Dia Mundial dos Animais, no entanto, foi idealizado antes da adoção dessa data. A primeira celebração ocorreu em 24 de março de 1925, em Berlim, organizada pelo cinologista alemão Heinrich Zimmermann, reunindo mais de cinco mil pessoas. Em 1929, a comemoração foi transferida para 4 de outubro, e dois anos depois, em 1931, um congresso internacional de proteção animal em Florença oficializou a data, conferindo-lhe caráter universal.

O objetivo central da celebração é dar visibilidade aos direitos e ao bem-estar animal, estimulando uma mobilização internacional contra práticas de crueldade, abandono e exploração. A iniciativa busca não apenas denunciar problemas, mas propor soluções, influenciando desde políticas públicas até mudanças de comportamento individuais.

Em diferentes países, a data é lembrada por meio de atividades variadas. Feiras de adoção incentivam a substituição da compra por acolhimento, reduzindo o número de animais em abrigos. Programas de voluntariado aproximam pessoas de instituições que necessitam de apoio para cuidados diários. Doações financeiras e de insumos representam outra forma de participação, fortalecendo a estrutura de organizações que atuam na linha de frente da proteção.

Além disso, a internet tem ampliado o alcance da causa. Redes sociais funcionam como canais de conscientização, multiplicando informações sobre direitos animais e divulgando histórias que sensibilizam novos públicos. Escolas e universidades também aproveitam a ocasião para promover palestras e workshops, reforçando a importância da educação na formação de uma cultura de respeito às espécies.

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Outro aspecto relevante é a reflexão sobre escolhas de consumo. Produtos testados em animais, alimentos de origem animal e práticas de exploração ligadas ao comércio internacional entram em pauta no dia 4 de outubro, quando movimentos sociais e ambientais incentivam consumidores a avaliar como suas decisões impactam a vida de outras espécies.

A defesa de legislações que coíbam abusos também integra a agenda da data. Diversos países aproveitam o Dia Mundial dos Animais para reforçar a necessidade de normas que ampliem as garantias de proteção, reconhecendo os animais como seres sencientes, capazes de sentir dor, prazer e emoções. Esse reconhecimento tem sido fundamental para embasar novas políticas de bem-estar e sanções contra práticas de maus-tratos.

A relevância do tema se estende para além da ética. O bem-estar animal está relacionado ao equilíbrio ambiental e à preservação da biodiversidade, já que práticas responsáveis de manejo contribuem para evitar desequilíbrios ecológicos. Também tem reflexos diretos na saúde pública, uma vez que o tratamento adequado dos animais ajuda a reduzir a incidência de doenças transmissíveis entre espécies, conhecidas como zoonoses.

Assim, o Dia Mundial dos Animais não se limita a uma celebração simbólica. Ele marca uma oportunidade de ação, em que governos, organizações e cidadãos podem assumir compromissos práticos em defesa da vida animal. Ao lembrar que todos os seres vivos compartilham o mesmo planeta, a data reforça a responsabilidade coletiva de promover coexistência equilibrada, justiça e respeito a todas as formas de vida.