O Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NAEPE) divulgou nesta segunda-feira (13) o levantamento referente ao custo da Cesta Básica em Palmas no mês de setembro de 2025, revelando uma deflação de 1,01% em relação a agosto. O preço médio passou de R$ 674,64 para R$ 667,85, reforçando a tendência de queda iniciada em abril.
Entre os produtos que mais contribuíram para a redução do preço da Cesta Básica em setembro estão os produtos de maior representatividade na formação de seu preço: carne bovina (–2,0%), pão francês (–1,8%), e banana (–2,3%). Além destes, o café (–2,4%), o arroz (–1,9%), o açúcar (–1,5%) e a margarina (– 1,1%) também contribuíram com a deflação. Por outro lado, o óleo de soja, com aumento de 5,9%, e o leite, 4,3%, apresentaram aumento de preço entre agosto e setembro de 2025.
Chama atenção a longa sequência ininterrupta de reduções no preço do arroz tipo 1, que desde janeiro deste ano vem registrando queda. Conforme a série histórica de dados do Naepe, ao longo de 2025 a queda do preço do arroz em Palmas já acumula 33,38%.
Horas trabalhadas e Salário Mínimo
De acordo com o Núcleo, o trabalhador palmense que recebeu um salário-mínimo em setembro precisou de 96 horas e 48 minutos de trabalho para adquirir uma unidade da Cesta Básica em setembro — uma hora a menos do que no mês anterior. Já o Salário Mínimo Necessário para sustentar por um mês uma família de quatro pessoas foi estimado em R$ 5.610,61.
Atualidade e representatividade
Em função de diferenças metodológicas no levantamento em campo, os resultados da pesquisa realizada há anos pelo Naepe contrastam com as informações divulgadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), pois trazem dados mais atualizados e compatíveis com a dinâmica e as tendências do mercado local.
Indicadores recentes
A defasagem temporal entre os dois estudos chama atenção para a importância de se observar os indicadores mais recentes, principalmente em um cenário de oscilação de preços e pressões de mercado sobre alimentos básicos. “Nosso objetivo é garantir que consumidores, imprensa e gestores públicos tenham acesso a informações sempre atuais e de base local. Uma defasagem de um mês pode distorcer a percepção do custo de vida, especialmente quando há variações importantes e de curtíssimo prazo”, destaca Autenir Carvalho, diretor-geral do Naepe.
A pesquisa do Naepe é realizada com coleta direta de preços em supermercados, atacadistas e mercados de bairro (na capital e no interior), utilizando uma metodologia adaptada à estrutura urbana e dos mercados regionais, o que confere maior precisão e representatividade local em comparação a levantamentos de abrangência nacional. “O NAEPE cumpre um papel essencial ao gerar dados que dialogam com a dinâmica econômica do Tocantins. A agilidade e o rigor metodológico reforçam a credibilidade do estudo e o tornam uma ferramenta de referência para análises econômicas e jornalísticas”, conclui Carvalho.
O núcleo reforça que a Cesta Básica continuará sendo aferida mensalmente, com resultados e banco de dados disponibilizados no site oficial e divulgação de resumos técnicos à imprensa. O estudo é realizado pelo Naepe, com apoio do Ministério Público do Tocantins (MPTO), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT) e do Conselho Regional de Economia (Corecon-TO). Os dados completos desta e de outras pesquisas estão disponíveis no site naepepesquisas.com e no Instagram @naepe.pesquisas.