O Governo da China apertou o cerco ao anunciar, na quinta-feira da semana passada, dia 9, que vai endurecer regras para maior controle das exportações de elementos ligados às terras raras, minerais indispensáveis na fabricação de tecnologias de ponta e produtos de alta performance devido às suas propriedades únicas (magnéticas, condutoras e luminescentes).
As novas regras entrarão em vigor em 1º de dezembro. A China domina quase exclusivamente o mercado de terras raras, controlando mais de 70% da produção mundial e cerca de 90% da transformação deste material que é estratégico e tem sido destaque nas negociações comerciais.
A Agência Internacional de Energia já classificou, em diversos relatórios, a dominância chinesa no setor como um risco geopolítico.
A China assegurou que o impacto nas cadeias de abastecimento vai ser “muito limitado”. De acordo com o Governo Chinês, as medidas são uma ação para afinar o sistema de controle das exportações em conformidade com as leis e os regulamentos.
Resposta dos EUA
A iniciativa da China deixou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irritado. Os minerais das terras raras são utilizados em produtos que vão desde celulares até mísseis e aeronaves – ponto sensível para os EUA. Em reação, Trump anunciou na sexta-feira, 10, que vai impor tarifa adicional de 100% sobre os produtos chineses a partir de 1º de novembro.
Brasil tem 2ª maior reserva
O Brasil detém a segunda maior reserva mineral de terras raras do mundo, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, embora produza e refine quase nada atualmente.
Para evoluir no setor, são necessários investimentos bilionários, com retorno a longo prazo.
Tocantins
O Tocantins está entre os estados brasileiros com processos ativos na Agência Nacional de Mineração (ANM) para pesquisa e exploração de minerais terras raras. A região de Palmeirópolis, no sul do Tocantins, é frequentemente citada como um polo promissor.
Outra área visada é a do Quilombo Kalunga do Mimoso, no sul do Estado. Três processos de mineração estão integralmente dentro da comunidade. A ANM já deu sinal verde para o início das pesquisas. Os quilombolas, no entanto, reclamam que não foram consultados.