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Saúde

Foto: Freepik

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O período de fim de ano, marcado por confraternizações e aumento natural do consumo de bebidas, é também destaque pelo crescimento no número de pacientes atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais com casos graves de intoxicação alcoólica aguda, ou o popularmente conhecido coma alcoólico. Considerando este cenário sazonal, o Sindicato dos Farmacêuticos do Tocantins (Sindifato) emite alerta sobre o risco à vida e também à sobrecarga que esses atendimentos causam ao sistema de saúde.

“Moderar o consumo é essencial para evitar problemas como desidratação, alterações no julgamento e acidentes. Recomenda-se alternar bebidas alcoólicas com água, manter intervalos regulares e estar atento aos limites pessoais. Além disso, nunca dirija após ingerir álcool: opte por motoristas designados, serviços de transporte como Uber ou táxi, ou até mesmo o transporte público. Esses cuidados simples podem transformar uma noite festiva em uma memória positiva, sem arrependimentos", destaca o presidente Renato Soares. 

O álcool é absorvido pelo trato gastrointestinal e metabolizado pelo fígado em duas etapas. Nesse processo, forma-se inicialmente o acetaldeído, substância tóxica que causa mal-estar, náuseas e vômitos quando o organismo não consegue eliminá-la rapidamente.

Pessoas mais jovens são sensíveis, visto que o fígado ainda é imaturo e metaboliza mais lentamente, ficando embriagadas com menores quantidades.

No caso dos idosos, o risco é ainda maior: a mesma dose ingerida causa efeitos muito mais intensos. Este grupo tem menor quantidade de água no corpo, o sangue fica mais concentrado, o fígado e os rins funcionam de forma mais lenta, o que prejudica a eliminação do álcool. 

Especialmente aos idosos, o Sindifato ressalta a necessidade de cuidado, considerando que interações medicamentosas são frequentes nessa faixa etária e o consumo de bebida alcoólica pode tornar o quadro ainda mais perigoso, aumentando o risco de quedas e confusão mental.

“É importante saber que o organismo das pessoas acima de 60 anos não processa o álcool da mesma forma que o de jovens. Com o envelhecimento, o fígado metaboliza o álcool mais lentamente, e há uma redução na quantidade de água no corpo, o que faz com que os efeitos do álcool sejam mais intensos e durem por mais tempo. Isso pode elevar riscos como tonturas, quedas, confusão mental e interações perigosas com medicamentos comuns, como remédios para pressão arterial ou diabetes", argumenta Soares. 

O Perigo do Coma Alcoólico

O coma alcoólico é uma emergência médica que ocorre quando a concentração de álcool no sangue atinge níveis perigosos, deprimindo o sistema nervoso central. 

Principais Riscos:

- Parada Respiratória: a região do cérebro que controla a respiração pode parar de funcionar.

- Hipoglicemia Severa: o fígado, ocupado metabolizando o álcool, para de produzir glicose, causando uma queda perigosa de açúcar.

-Aspiração: o paciente pode vomitar e aspirar o conteúdo gástrico para os pulmões, levando a asfixia ou pneumonia grave.

Moderação é a chave 

O Sindicato dos Farmacêuticos do Tocantins faz apelo para o consumo consciente e responsável, evitando - entre outros problemas - a sobrecarga das unidades de saúde. 

Entre as orientações do Sindifato, estão: 

- Estabeleça um limite de consumo e não o ultrapasse. Lembre-se que o metabolismo do álcool é lento.

- Nunca Beba de Estômago Vazio: O alimento retarda a absorção do álcool pelo organismo.

- Hidratação Constante: Intercale o consumo de bebidas alcoólicas com água.

Sinais de Alerta: Caso alguém apresente confusão mental grave, vômitos persistentes, respiração lenta ou perda de consciência, chame imediatamente o SAMU (192) ou leve a pessoa para a UPA mais próxima. Não tente dar café, forçar o vômito ou deixar a pessoa "dormir para passar".