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Em meio a toda a polêmica envolvendo a tentativa de suborno ao árbitro Wagner Tardelli, um outro juiz, Françuar Fernandes da Silva, de Roraima, foi denunciado por tentar incluir outros dois árbitros em um esquema de compra de resultados. A abordagem teria sido feita através de mensagens de texto e ligações para o celular dos juízes. As informações são do site da Justiça Desportiva.

O esquema foi descoberto depois de algumas denúncias dos árbitros Adriano de Carvalho, vinculado à Federação de Tocantins, e João Alberto Gomes Duarte, da Federação do Rio Grande do Norte.

Adriano denunciou ao presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Tocantins (CEAF-TO), Gasparino Bezerra Maciel, que teria recebido duas mensagens de um celular com o código de área de Natal-RN, no dia primeiro de outubro. O teor das mensagens seria persuasivo para a compra do resultado da partida entre Fortaleza e América-RN, marcada para o dia cinco daquele mês, pela 29ª rodada da Série B.

Segundo Adriano, em uma das mensagens dizia: “Caro Adriano, tem alguém querendo lhe presentear em Fort... topa? Me retorna neste número. Françuar. Seguro e discreto na mão”. Em uma terceira mensagem, desta vez de outro celular, haveria mais uma vez a tentativa de suborno.

No dia seguinte, Adriano recebeu mais sete ligações do número que lhe enviou a terceira mensagem. Neste mesmo dia, quando estava ao lado de Gasparino, o presidente da CEAF-TO resolveu atender a uma outra ligação, efetuada naquele momento. Do outro lado da linha a pessoa se identificava como Françuar, que teria apenas desejado “uma boa partida” para Adriano. Após esta conversa, os dois se dirigiram à 2ª DP de Palmas, onde fizeram um boletim de ocorrência. No dia três de outubro, os dois ainda se encontraram com o promotor de justiça Dr. Erion de Paiva Maia, relatando todo o ocorrido.

Intrigado, o promotor resolveu ligar para o número e foi atendido por Françuar. Questionado por Erion sobre supostas mensagens e ligações, Françuar teria dito que a prática de “desejar boa partida para o companheiro é normal no meio do futebol”. Após dez minutos, o celular de Adriano tocou novamente, era Françuar indagando o árbitro tocantinense sobre a ligação do promotor. Adriano desconversou e em certo momento, Erion pegou o telefone e confirmou que a voz do outro lado da linha era a mesma de Françuar.

Após ter sido instaurado um inquérito no STJD, um novo ofício foi enviado ao presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, desta vez feito pelo árbitro João Alberto Gomes Duarte. Ele teria recebido uma ligação de Françuar, na manhã do dia 27 de outubro, véspera do jogo entre Vila Nova-GO e Gama-DF, mas Françuar não gostaria de falar por telefone.

Em um hotel estava o trio de arbitragem para a partida, entre eles João Alberto e o assistente Adnilson Costa Pinheiro. O interfone do quarto 606, onde estava o trio tocou e foi atendido pelo assistente. Era Françuar, que estava no quarto 705, solicitando a ida de João Alberto ao seu quarto. Como o juiz não fez o que foi pedido, Françuar foi ao quarto 606, onde apenas teria conversado sobre família, futebol e arbitragem, e em nenhum momento teria mencionado o jogo do dia seguinte.

Mesmo Françuar não tendo cometido qualquer infração naquele momento, ficou comprovado pela Procuradoria que a mesma voz e mensagem eram dele. Por tudo que foi descrito, Françuar Fernandes da Silva foi denunciado no artigo 241 (tentativa de suborno), que prevê eliminação do esporte.

Esta não será a primeira vez de Françuar Fernandes da Silva no banco dos réus do STJD. No último dia 24 de setembro, em decisão por maioria de votos, a Terceira Comissão Disciplinar o suspendeu por 60 dias, sob o artigo 266, por relatar de forma incorreta as expulsões ocorridas na partida entre Holanda-AM e Remo-PA, pela Série C do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Globoesport.com