Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Meio Ambiente

 Em meio ao verde da Floresta Nacional de Carajás, surge uma esperança em azul. É nesta região preservada pelo Ibama, com o apoio da Vale - que abrange os municípios paraenses de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte - que pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram um refúgio das araras-azuis grande, espécie ameaçada de extinção.

A partir deste trabalho inédito, os pesquisadores constataram que existe um número considerável de araras na Floresta Nacional de Carajás. Durante as pesquisas de campo foram encontrados 28 ninhos da ave, com dez filhotes. A equipe também coletou dados que poderão estabelecer o grau de vulnerabilidade da população de aves na região, ou seja, informações que poderão definir quais as medidas que deverão ser tomadas para a proteção da espécie.

De acordo com Flávia Presti, pesquisadora do Instituto Arara-Azul, a população de araras em Carajás é maior do que se imaginava. Ressalta ainda, a importância deste trabalho para evitar que a espécie desapareça do planeta. “A pesquisa está sendo toda realizada com o apoio da Vale, o que motiva a idéia de fazer um trabalho continuo (de manejo), ou seja, de manutenção da espécie, assim como já realizamos no Pantanal. Lá nos podemos acompanhar toda a vida do animal e até contribuir para a reprodução das araras”, explica.

O levantamento das informações sobre as araras-azuis determinará a importância da Floresta de Carajás para a manutenção e conservação da espécie, bem como mapear as áreas de reprodução. De acordo com o analista de meio ambiente da Vale, Maurício Vasconcellos, a manutenção da espécie é um compromisso ambiental da empresa. “Assim como realizamos uma diversidade de ações em prol do meio ambiente, a Vale entra em parceria com o Instituto Arara-Azul para contribuir na preservação e multiplicação desta espécie ameaçada”, completa.

Uma ave ameaçada de extinção

A principal ameaça à arara-azul é a captura para comércio ilegal. A estimativa é de que o tráfico ilegal de animais silvestres movimenta cerca de US$ 3 bilhões anuais no Brasil, segundo a Renctas, ONG brasileira que combate o comércio ilegal de animais. No mundo inteiro esse valor chega a US$ 20 bilhões.

A arara-azul grande é o maior tipo de arara encontrada no País, podendo medir até um metro de comprimento. A espécie tem baixas taxas reprodutivas, com postura média de dois ovos, sendo que apenas um filhote sobrevive. Ela é encontrada principalmente no Pantanal Matogrossense, Maranhão, Tocantins, Bahia e Pará.

Fonte: Diário do Pará