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Palmas

A Gol, que nesta segunda-feira registra atraso em mais da metade de seu voos, é campeã de reclamações de abusos contra funcionários no país, segundo a direção do Sindicato Nacional dos Aeronautas. O cumprimento das regras relativas à jornada de trabalho de seus tripulantes é o argumento que a Gol usou, hoje, para justificar tais atrasos.

Balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos), divulgado às 18h desta segunda-feira, aponta que dos 622 voos programados da Gol em todo o país desde a 0h, 335 (53,9%) atrasaram mais de 30 minutos. Além disso, 77 (12,4%) voos foram cancelados.Alguns vôos em Palmas também atrasaram nesta segunda.

De acordo com nota divulgada pela Gol, com grande quantidade de voos no último dia 30, "algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitadas de seguir viagem, gerando um efeito em cadeia".

Segundo o sindicato, foram registradas 1.000 denúncias de trabalhadores do setor aéreo no primeiro semestre deste ano, sendo 60% referente à Gol.

"De 90% das reclamações do setor da aviação comercial de grandes empresas no Brasil, pelo menos 60% são da Gol. São denúncias de situações que contrariam a convenção coletiva ou a regulamentação profissional como jornada dupla", afirmou à Folha a diretora de previdência do sindicato, Graziela Baggio.

De acordo com a Infraero, o problema com a Gol foi provocado pela "implantação de um novo sistema de escalas, o que ocasionou a falta de tripulantes". A Gol disse ainda que o problema foi agravado pelo tráfego aéreo intenso.

Funcionários da companhia no aeroporto de Congonhas, que não quiseram se identificar, informaram que está sendo discutida uma possível paralisação geral para o próximo dia 13. A reivindicação seria reajuste salarial e concessão de benefícios.

Processos

A falta de informações sobre os cancelamentos e atrasos de voos da Gol no aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, zona norte do Rio, deixou os passageiros revoltados na tarde desta segunda-feira.

Apenas na manhã de hoje, 20 pessoas entraram com processos contra a companhia no posto de atendimento do Juizado Especial Cível localizado no aeroporto. Este é o primeiro grande teste para o serviço, que começou a funcionar no dia 23 de julho também em Brasília e São Paulo.

Da redação com informações da Agência Brasil e Folha Online