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Estado

Durante a Audiência Pública da segurança pública, na tarde desta terça-feira, 28, o secretário estadual da Segurança, Cidadania e Justiça, João Costa Ribeiro Filho, comentou sobre a Operação Inconfidente, da Polícia Civil.

De acordo com o secretário, no entanto, a Operação corre em sigilo de justiça, o que o impossibilitaria de entrar em maiores detalhes sobre as investigações de fraudes bancárias e desvio de dinheiro nas cidades de Miracema do Tocantins e Aparecida do Rio Negro. “Vou comentar com relação àquilo que todos já conhecem, já sabem. Não tenho nada além para dizer”, disse.

O secretário, na ocasião, comentou que a polícia iniciou a operação através da denúncia de homicídio de um oficial de justiça que, segundo ele, “pensávamos ser uma pessoa de bem”. Contudo, depois de iniciadas as investigações foi informado que se tratava de uma pessoa envolvida das fraudes. “Ouvindo uma testemunha, ela disse que a morte deste oficial de justiça, estava ligada a um grupo acusado de desvio de dinheiro”, disse.

João Costa ainda procurou se isentar de maiores responsabilidades sobre a Operação e disse que as investigações são de responsabilidade da polícia, através dos delegados. “A operação é feita pela polícia com intervenção da justiça e do Ministério Público. Não se chama o Secretário de segurança para fazer reunião e deflagrar uma operação”, completou.

Stálin questiona

Depois da fala do Secretário, as falas foram abertas para que os deputados pudessem questioná-lo sobre o tema inicialmente abordado. No ato, o primeiro deputado a pedir a palavra foi Stálin Bucar (PR) que iniciou uma espécie de interrogatório ao secretário sobre a nomeação dos delegados Celina Borges e Adriano Carrasco, afastados da presidência do inquérito.

Os principais questionamentos do deputados foram com relação à não classificação dos delegados no concurso público, o que os impossibilitaria de agir na Operação Inconfidente. O deputado queria saber do secretário se os nomes dos delegados foram acompanhados pela Ordem dos Advogados do Brasil, no momento de sua nomeação.

Em resposta, o secretário frisou que a nomeação dos delegados cumpriu as determinações legais para que eles pudessem tomar posse, mesmo tendo freqüentado a academia de polícia no Estado do Acre, o que, segundo Stálin, seria irregular. “Assim como nós aproveitamos os créditos de uma faculdade quando saímos de uma faculdade, também é totalmente possível aproveitar os créditos desde que eles estejam em total acordo com a Matriz Curricular Nacional”, explicou.

O questionamento do deputado ao secretário, no entanto tem estado entalado desde que os delegados citaram o nome do ex-presidente do Naturatins, Stálin Beze Bucar, filho do parlamentar, como sendo um dos envolvidos na fraude de desvio de dinheiro.

Quando interpelado mais uma vez por Stálin, o Secretário foi mais incisivo. Citando dados do sistema prisional do Tocantins, o secretário procurou descrever os presidiários como sendo em sua maioria de pessoas de baixa renda. E frisou que a intenção é que isso mude.

“Nesse universo todo, no Tocantins só prenderam pobres. Pobres, pardos e analfabetos. Essa realidade vai mudar. Criticar Secretário não vai impedir o trabalho. Se meu filho praticar um erro pode me prender. Mas não venha criticar delegado aqui que não é espaço próprio”, disse.

Após a troca de farpas entre Stálin e João Costa, outros deputados interferiram para que a Audiência pudesse seguir seu curso normal e os outros temas serem debatidos. “Essa Audiência é pública e não uma reunião particular entre o deputado e o secretário”, completou o líder de governo, deputado José Bonifácio.