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Cultura

Foto: Frederick Borges

Cumprindo a tradição como romeiro, o governador Siqueira Campos esteve nesta segunda-feira, 15, em Natividade, onde participou da Romaria do Senhor do Bonfim, e assistiu à missa campal, celebrada pelo Bispo de Porto Nacional, Romualdo Matias Kujawski e co-celebrada pelo Monsenhor Jonas Pedreira e pelos Padres daquela Diocese. Milhares de fiéis acompanharam. Os senadores Vicentinho Alves (PR) e João Ribeiro (PR) acompanharam o governador.

Em seu sermão, o Bispo Dom Romualdo falou sobre a união da família, a fidelidade e a comunhão, pregando o respeito e o amor entre os fiéis. “Essa festa vem dos primórdios da Cristandade, porque a morte do senhor sobre a cruz é o ponto principal da Redenção da humanidade”, explicou Dom Romualdo. Ele fez um chamamento aos católicos, dizendo que “a comunhão com Cristo passa pela dedicação à Igreja e à família, lembrando que a prática da religião está em todas as ações do ser humano, desde o acordar ao adormecer de todos os dias.”

A Diocese de Porto Nacional lançou durante a Romaria do Bonfim, este ano, a campanha Oração, Conversão, Comunhão e Missão. Dom Romualdo contou a história de como surgiu a Romaria na região lembrando que “A maior lição que devemos aprender com os Santos é “dar glória a Deus, sofrendo com fé, paz e esperança, dando graças a Ele por tudo”, e lembrou a iniciativa do governador Siqueira Campos de garantir à Romaria do Bonfim, as terras onde os fiéis se reúnem anualmente.

Mensagem do Governador

O governador Siqueira Campos distribuiu mensagem aos devotos Romeiros do Bonfim que diz: “Ano a ano, humildemente, continuo peregrinando para este importante monumento de oração. E, como sempre, sinto que daqui, dos pés de Nosso Senhor do Bonfim, se irradia o fortalecimento da espiritualidade para todo o abençoado Estado do Tocantins, coração do Brasil.

Aqui, nestes dias de agosto, junto aos romeiros, Povo de Deus, ajoelhado aos és da Cruz do Bonfim, tenho a fé inabalável de que, no Pai, são encontradas as melhores soluções para os problemas mais difíceis.

Por isso, é hora de pedir a Nosso Senhor do Bonfim, nas louvações deste Santuário, que nos fortaleça na fé e na caridade de uns com os outros, seguindo o que nosso Senhor Jesus nos ensina: ama teu próximo como a ti mesmo.

Rogo a Ele, com muita fé e adoração, que abençoe as nossas famílias e fortaleça os laços de união e de fraterna solidariedade entre todos nós, homens e mulheres tementes a Deus, tornando abençoado cada romeiro e cada romeira, após a sacrificante e bela romaria deste ano.

Espero em Cristo, portanto, que todos nós romeiros vivamos, neste encontro com o senhor, as alegrias das esperanças renovadas e voltemos para os nossos lares consolados com as Graças do Pai do Céu.

Estamos e estaremos sempre juntos em nossa trajetória de vida, em nossa caminhada de fé”.

História

Muitos daqueles romeiros contavam que essa Romaria começou quando um vaqueiro da região encontrou pelas redondezas de Natividade, numa várzea lamacenta, a imagem do Senhor do Bonfim em cima de um toco de árvore. Percebendo tratar-se da imagem do Salvador, levaram-na sem demora para a Igreja da Natividade.

Não é que ela, por encanto, desapareceu de lá?E para espanto de todos, reapareceu no mesmo toco onde foi achada. Então resolveram levá-la de volta à Igreja, mas novamente ela desapareceu e reapareceu no sagrado lugar onde foi encontrada pelo vaqueiro.

E assim foram muitas as vezes que a imagem era tirada do toco, na várzea, e levada para a Igreja e depois desaparecia e reaparecia no lugar onde foi achada.

Naquele tempo, o povoado do Bonfim era muito pequeno, situado numa fazenda particular. Era um pedaço de terra desconhecido banhado pelo rio Manoel Alves.

Por volta de 1913, o lugarejo recebeu a primeira visita de Dom Prudêncio de Moraes, o Bispo de Goiás que quis prestigiar a Romaria, que começava a ganhar fama. O Bispo veio numa viagem missionária, acompanhado do Padre Vicente e dos padres dominicanos Frei Reginaldo Tourniér, Frei Aleixo e Frei Gil Vilanova.

Em 1915 foi fundada a Diocese de Porto Nacional, abrangendo todo o antigo norte de Goiás, com o Bispo Dom Domingos Carrerot , que passou a caminhar, todos os anos, com os romeiros do Bonfim de Natividade e pouco a pouco a multidão foi crescendo na peregrinação e a igrejinha foi ficando pequena para comportar a quantidade de gente devota.

Dom Alano chegou em 1940

Maria Du Noday, o segundo Bispo da Diocese de Porto Nacional , que se dedicou também , logo logo, a Romaria do Bonfim e lançou a pedra fundamental da obra de uma nova igreja. Foi aí que começou a construção definitiva com muita ajuda finalceira dos fiéis. Até que, no ano passado, por obra de Dom Romualdo Kujwski, ela foi consagrada Santuário Diocesano do Nosso Senhor do Bonfim.

Por muitos anos, o dono das terras da Romaria do Bonfim era um fazendeiro rico da região, apesar de renitente, o povo não ficava muito a vontade em se juntar em uma propriedade alheia.

Ao compreender o desconfortado acanhamento dessa situação e a grande vontade do povo, o governador Siqueira Campos decidiu desapropriar a área do lugar para entregar à devoção dos romeiros, possibilitando a construção da Vila do Bonfim. E a terra pôde, assim, ficar à inteira disposição e zelo da Igreja de Deus.