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Campo

Foto: Divulgação

Desde o ano passado moradores da Fazenda barra do Prata no Distrito Campo Alegre, a 70 km do município de Paranã, sudeste do Estado, relatam uma situação de perseguição de grileiros a algumas famílias que moram no local. Segundo apurado pelo Conexão Tocantins, a maioria dos moradores vivem há mais de 30 anos na área que pertence ao governo Estadual.

Ano passado foram queimadas 4 casas com todos os móveis e pertences dos moradores dentro. A perseguição continua este ano quando no dia 7 de fevereiro a residência do senhor Gregório Gomes dos Santos de 80 anos foi queimada. Em entrevista ao Conexão Tocantins o morador relatou que viveu momentos de terror. “Queimou tudo, não ficou nada, tudo o que construí foi destruído, até minha horta”, conta.

O morador, que morava sozinho, tinha uma pequena plantação que também foi queimada segundo ele. Um Boletim de Ocorrência foi feito na delegacia de Polícia Civil da cidade mas o morador alega que até o momento nenhuma providência foi tomada e pretende acionar a Justiça. Sr. Gregório, como muitos moradores, é descendente do Povoado Quilombola Kalunga.

A falta de apuração por parte da justiça para averiguar os incêndios e a perseguição aos moradores é um dos principais problemas apontados pelos moradores ouvidos pelo Conexão Tocantins e inclusive pelo vereador de Paranã, Adeliar Teles, conhecido como “Belisco”.

O vereador, que reside nas proximidades da região, acompanha de perto a situação e relatou inclusive que continua buscando acompanhamento da justiça para o caso.

Conforme apurou o Conexão Tocantins um processo chegou a ser aberto no Ministério Público Estadual sobre o caso mas foi arquivado por falta de alegações das partes envolvidas. A informação da promotoria da cidade é que não houve retorno nem apresentação de provas por parte de nenhum dos envolvidos.

Os moradores afirmam que a perseguição estaria sendo feita por Roberto de Sousa que tem declarado constantemente no local que é proprietário das terras. O Conexão Tocantins tentou contato com a pessoa citada mas não obteve sucesso desde segunda-feira, 7, até o fechamento desta matéria. Moradores relatam que sequer nenhuma vistoria foi realizada desde que a primeira casa foi incendiada.

O presidente do Instituto de Terras do Tocantins – Itertins, Luiz Carlos Alves de Queiroz afirmou ao Conexão Tocantins nesta quinta-feira, 9, que já tem conhecimento dos conflitos no local embora não tenha sido ainda provocado oficialmente sobre o assunto. “Estamos averiguando e se for necessário vamos mandar uma equipe no local para investigar o caso”, garantiu.

Ouvidoria Agrária

O Incra informou ao Conexão Tocantins que a União não possui áreas públicas no município de Paranã mas que os posseiros devem denunciar as ameaças para a Delegacia Agrária da Polícia Civil, que tem como titular, Gladis Graciela Cury, e também junto à Ouvidoria Agrária Regional,para apuração dos fatos e adoção de medidas administrativas ou judiciais necessárias. Os moradores pretendem acionar a ouvidoria que deve fazer um levantamento do registro do imóvel e apuração do suposto conflito agrário.

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